pcardoso’s Articles at Geocaching@PT http://geocaching-pt.net Sun, 03 Jul 2011 23:26:14 +0000 en-US hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.20 Evolução do Geocaching http://geocaching-pt.net/evolucao-do-geocaching http://geocaching-pt.net/evolucao-do-geocaching#respond Sun, 03 Jul 2011 23:20:18 +0000 http://geocaching-pt.net/?p=1863 Durante a colocação da Tou às aranhas (2005)"Penso que em Abril de 2002 vejo uma reportagem na televisão em que um pequeno grupo de geocachers (Seria o zoom bee?) vai em busca da “The Bear Treasure” (GC4B0D). Como na altura estava a trabalhar no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, não muito longe, porque não ir em busca da minha primeira cache? 1 de Maio de 2002, três pessoas a caminho pelo meio do pinhal a seguir a seta. Mas, grande azelhice, não a encontrámos."

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Enquanto biólogo constantemente envolvido em trabalho de campo, desde sempre tive de georreferenciar os locais onde fazia as colheitas de aranhas, insectos e afins. Até o ano 2000 este trabalho tinha de ser feito com recurso a cartas topográficas. Neste ano, com a abertura do sinal GPS com grande precisão a qualquer pessoa munida de um receptor, este trabalho viu-se subitamente facilitado. Foi em 2001, a trabalhar no Parque Natural do Douro Internacional, que decidi comprar um aparelho. Um Garmin eTrex Venture, verde translúcido, vindo directamente dos EUA. Assim que chegou às minhas mãos, a 16 de Julho de 2001, naturalmente experimentei todas as funcionalidades. Como já nesta altura havia internet generalizada (coisa recente, só a conheci em 1997), imediatamente fui procurar por “GPS”.
Uma das primeiras páginas que surgiu dava pelo nome de Geocaching.

Imediatamente achei o conceito muito interessante, principalmente porque estava sempre à procura de pretextos para sair para o campo. Inscrevi-me no site. Procurei por caches em Portugal, vamos lá a ver onde elas andam. Parece que uma “Alfa Romeu Abandonado” (GC1DA) estaria activa mas a verdade é que não me surgiu na busca. A cache Açoriana “Translant Chess Cache” (GC8EF9) já estava no local mas só seria submetida pelo owner uns meses depois de colocada. O resultado saiu completamente em branco, nem uma cache estava listada no nosso país. Mas que grande desilusão. Ainda pensei onde poderia ser interessante colocar uma cache, perto de Mogadouro, no topo de umas falésias na Serra de Zava, onde costumava ir escalar. Mas para quê, se depois ninguém ia procurar? Foi assim que rapidamente esqueci o geocaching.

Penso que em Abril de 2002 vejo uma reportagem na televisão em que um pequeno grupo de geocachers (Seria o zoom bee?) vai em busca da “The Bear Treasure” (GC4B0D). Como na altura estava a trabalhar no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, não muito longe, porque não ir em busca da minha primeira cache? 1 de Maio de 2002, três pessoas a caminho pelo meio do pinhal a seguir a seta. Mas, grande azelhice, não a encontrámos. Pensei que, com a publicidade televisiva, tivesse desaparecido. Mais uns tempos sem pensar em geocaching…

clcortez, Clara, Mantunes e o filho no 1º CITO em 2004Foi em 24 de Agosto de 2002, durante uma caminhada de 40kms pela Arrábida, que resolvi procurar a “Visit to Frei Agostinho da Cruz” (GC45D6). Desta vez com pleno sucesso, mais de um ano depois de me ter inscrito, finalmente encontrei uma cache! Afinal isto é mesmo real 🙂 Entretanto, apenas com duas encontradas, ou seja, uma boa parte das que existiam na altura, resolvi dar o meu contributo com as minhas primeiras caches, a “The Treasure Island” (GC9F38) e a “Soft Water Over Hard Stone” (GC9F3D).

Esta era uma altura (2002/2004) em que praticamente todos os geocachers activos se conheciam (primeiro que conheci pessoalmente? Mantunes, em Mértola). Em que a vasta maioria das caches estavam em locais que ora requeriam uma caminhada, ora tinham a sua importância histórica.geocaching em Copenhaga (2005) Em que as caches nunca estavam separadas por menos de 1km. Em que descobrir 5 caches num dia foi uma espécie de recorde nacional, no mesmo dia do primeiro CITO (CGHQH4). Em que as caches ficavam com FTFs adiados durante dias, semanas ou meses.

Em 2005 segui para a Dinamarca, em trabalho para Copenhaga. Foi aqui que pela primeira vez me deparei com uma realidade que em Portugal apenas começava a surgir. Uma cache a cada esquina, mesmo em locais sem interesse aparente. Pessoal a descobrir dezenas de caches por dia. A corrida pelo FTF. Mesmo assim, as caches nas zonas florestais, para onde costumava ir fazer BTT, continuavam a ter a minha atenção.Visita de manutenção à Atlantis (2005)

Entretanto nunca mais voltei a Portugal Continental, tendo vivido 2 anos na Dinamarca (2005/2006), 2 nos Açores (2007/2008) e 2 nos EUA (2009/2010). Perdi um pouco a noção de como tudo andava por “lá”, apenas fazendo algumas caches durante as férias. Mas dada a profusão de caches, a minha “estratégia” alterou-se. Já não vou a todas, escolho apenas as que condizem com o aspecto que me agrada no geocaching, o de fazer uma boa caminhada na natureza e descobrir novos locais. Selecciono com base na dificuldade, no que se vai dizendo acerca das melhores caches, no que vou apreendendo pelas descrições. Vou assim conseguindo recriar o geocaching do início da actividade, em que as caches estão espaçadas, exigem algum esforço e dão a conhecer um novo recanto. Simplesmente ignoro 90% do que vai sendo plantado. Felizmente os outros 10% continuam na minha lista, vou-a fazendo aos poucos, estando consciente que são mais as que surgem de novo e ainda me atraem que as que consigo fazer. 🙂

Durante a colocação da Tou às aranhas (2005)

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Aranhas em Portugal http://geocaching-pt.net/aranhas-em-portugal http://geocaching-pt.net/aranhas-em-portugal#comments Thu, 02 Jun 2011 23:24:19 +0000 http://geocaching-pt.net/?p=1797 NKC 9537nx Eresus"É fácil encontrar novas espécies não só para o país como para a ciência, espécies que nunca ninguém viu ou, pelo menos, descreveu e deu um nome. E qualquer pessoa o pode fazer. Possivelmente há muitas caches que, em baixo ou numa ranhura do tupperware, têm neste momento espécies nunca descritas."

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Uma das vertentes do geocaching é a descoberta da natureza. Percorrer longos, e muitas vezes difíceis, caminhos na vertente de uma montanha ou no meio de uma floresta aparentemente impenetrável. Apesar de não ser preciso sequer sair de casa para as encontrar, é no campo que as espécies mais interessantes e algumas das espécies mais comuns de aranhas se encontram.

NKB 0132nx Argiope bruennichiEntre as espécies mais vistosas e conspícuas temos algumas das mais comuns. As Argiope, por exemplo, são conhecidas de qualquer pessoa que passeie em zonas abertas, onde elas constroem teias enormes entre os arbustos. Ou as Cyrthophora citricola, quase omnipresentes em cactos e agaves. Mas entre as mais vistosas temos também espécies ainda não descritas. Por exemplo, uma série de espécies de Eresus apenas conhecidas de Portugal, com padrões coloridos espectaculares. Dada a falta de especialistas, provavelmente levará décadas até que todas estas aranhas tenham nome.

NKC 1761nx Cyrtophora citricolaNKC 1776nx Argiope trifasciataNKA 0132nx Eresus

É fácil encontrar novas espécies não só para o país como para a ciência, espécies que nunca ninguém viu ou, pelo menos, descreveu e deu um nome. E qualquer pessoa o pode fazer. Possivelmente há muitas caches que, em baixo ou numa ranhura do tupperware, têm neste momento espécies nunca descritas. Claro que é preciso reconhecer o que se está a ver, muitas vezes apenas sob a lente de uma lupa de laboratório, mas o potencial está aí, numa serra perto de si. Ou se calhar até perto de casa! Ainda em 2009 foi descrita uma espécie, Tegenaria incognita, descoberta em pleno Parque de Monsanto, Lisboa.NKB 1252nx Macrothele calpeiana

Temos em Portugal, entre as mais de 800 espécies conhecidas no país, a maior e mais pequena aranhas Europeias. A primeira, Macrothele calpeiana, tem até 4 centímetros de corpo (excluindo as patas) e apenas vive no Sul da Península Ibérica. Apesar do tamanho, foi encontrada em Portugal apenas em 2007, por um aracnólogo amador alemão em férias na Serra do Caldeirão, Algarve.
Esta aranha é a única protegida por legislação nacional apesar de ser relativamente comum em zonas perturbadas.

NKA 3473nx Anapistula ataecina

 

A mais pequena aranha Europeia, Anapistula ataecina, tem 0.5mm (sim, meio milímetro) de tamanho e apenas ocorre em algumas grutas perto de Sesimbra. Foi descoberta por mim próprio em colaboração com o Núcleo de Espeleologia da Costa Azul e descrita apenas em 2009. Não sendo protegida, foi classificada como Criticamente em Perigo de Extinção devido à destruição do habitat por pedreiras.

 

“Há aranhas venenosas em Portugal?” é provavelmente a questão mais colocada a quem trabalha com estes animais. Na cultura ocidental as aranhas são vistas como perigosas, venenosas, podendo provocar graves infecções e eventualmente a morte. Como surgiu tal percepção não se sabe, mas é frequente os próprios médicos no nosso país atribuirem diversas infecções e patologias à mordedura de aranha. Na verdade, não existe um único caso comprovado em Portugal. Apenas 2 espécies podem causar algum tipo de condição médica: a viúva-negra Mediterrânica (Latrodectus tredecimguttatus) e a aranha-violino (Loxosceles rufescens).

NKB 2866nx Latrodectus tredecimguttatusNKC 4218nx Loxosceles rufescens

Ambas são relativamente comuns em quase todo o país, sendo a segunda comum inclusivamente em ambiente urbano. É frequente em Portugal atribuírem-se alguns tipos de lesão necrótica à mordedura de aranhas. No entanto, tal como no resto do mundo, as evidências são quase sempre meramente circunstanciais. Até o momento, e que se saiba, nenhum caso de mordedura que tenha evoluído para qualquer tipo de infecção ou patologia foi comprovado em Portugal.

NKC 9537nx Eresus

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Windmill route e mais além… http://geocaching-pt.net/152 http://geocaching-pt.net/152#comments Tue, 16 Mar 2004 10:47:28 +0000 Pois é, eu, João (LuckyRed) e mais dois "cachadores" acompanhantes – Clara e Bruno, resolvemos fazer um descansado passeio de bicicleta em busca de duas caches recentemente colocadas. A "Windmill Route" em Azeitão/Palmela e a "Entre as Ruínas e o Mar" em Tróia. Que estafa, 54 km de pedalada em que uma btt foi perdendo peças pelo caminho e se converteu numa pasteleira…

Eram 8.30 de domingo estávamos todos reunidos em minha casa (Quinta do Conde) preparados para o que viesse. A primeira parte até foi muito bem, pudera, sempre plano até Vendas de Azeitão. Deu para parar na fonte de Cabanas e tudo para refrescar um pouco. Mas isto foram só os primeiros 6Km, a partir daí é que foram elas. Logo o caminho até o marco geodésico no cimo da Serra de S. Francisco foi custoso, a cada subida mais íngreme lá tinham o João e o Bruno de se apear e carregar as btt por ali acima. Mas fez-se bem, o pessoal ainda animadíssimo, encorajado pelas dezenas de bttistas que faziam o percurso em sentido contrário. Uma vez lá em cima, trata de procurar pela caixa. Dois a dois, não houve dificuldade nenhuma. Prenda práqui, prenda práli, a Clara todo divertida com o puzzle que alguém deixou, fecha o taparuére e ala que se faz tarde que agora é a descer. Na descida mais íngreme o primeiro acidente, todos devagar por ali abaixo, só oiço a derrapagem de pneus atrás e catapum (mas que bela onomatopeia), a Clara veio contra mim. Felizmente já tinha largado a bicicleta em antecipação e fugido pró lado 🙂 Segue viagem. Passado pouco tempo uma subida , lá vou armado em campeão a puxar por ali acima e catrapás (outra bela onomatopeia), parto a corrente, entorto um raio e o esticador, aquele braço basculante na roda de trás. Boa. Mas não há problema, da mochila do Sport Billy sai uma corrente suplente e ferramenta própria. Só o know-how é que falta, meia hora para mudar a corrente, a tentar perceber a melhor estratégia ainda tivemos ajuda de um bttista que passava e lá seguimos viagem. Entretanto chega uma mensagem ao telemóvel mas nem ligo. A partir daqui tudo calmo até Palmela, vistas espectaculares quase sempre em plano, um parapente a enrolar térmica na serra, chegamos a Palmela. Lembro-me da mensagem, aposto que é o Manuel Antunes! Ya, acertei, ele pede para nos preocuparmos com os nove espeleólogos em busca da "Six Feet Under" que vão entrar naquele momento. Passado um minuto, outra mensagem, já saíram da gruta. Já? Foi rápido! Ainda passámos pela casa em reconstrução do Bruno, no centro histórico da vila e segue logo até Setúbal, por um estradão sempre a partir. Literalmente, porque na descida fiquei um pouco para trás com a Clara e, catrapim (boa, boa) esticador partido, corrente torta. Ok, desisto das mudanças, esticador suplente não trouxe, abre a corrente, pedaleira do meio e a de trás mais ou menos a meio também, fecha a corrente mesmo assim torta e vamos nessa de pasteleira. Toda esta operação durou uns 15 minutos. Devo dizer que ainda só tinhamos percorrido um terço do caminho. Descemos e lá vêm o João e o Bruno que tinham seguido pra frente a ver onte tinhamos ficado. Descemos todos juntos mas a minha pasteleira começa a dar problemas, a corrente torta não facilita e salta de cremalheira constantemente – trec, trec, trec, trec (a variedade de onomatopeias não acaba). Paramos mais uma vez, que fazer? Esta era a corrente suplente. Mas prái metade não está torta. Metade desta, metade da que se tinha partido ainda na serra e está como nova. Conseguimos montar uma corrente a partir de restos em 5 minutos, acho que vou desistir da biologia e dedicar-me à reparação de bicicletas. Bute prós barcos, já falta pouco. Aproveitámos a pausa no ferry para comer e recuperar e baza prá próxima cache. Nenhum incidente desta vez, mas devo dizer que custa pedalar, pedalar, pedalar e não sair do mesmo sítio quando se está em plano. Alguém me empresta uma terceira? Pedalando furiosamente a 20 Km/h até o local e lá encontramos. Deixámos uma peça da btt na cache em troca de uma borracha 🙂 Viagem de volta descansada. Na volta cruzámo-nos com um ferry em sentido contrário, pelo timing das coisas, aposto que MAntunes, Ricardo e resto do pessoal ia lá… Depois disto só nos resta subir de novo para Palmela e daí seguir directo para casa. A subida custou mas fez-se. A meio, nova mensagem do MAntunes: "Então andas a largar a bicicleta aos bocados?". Obviamente já tinha encontrado a "Entre as Ruínas e o Mar". De palmela para Quinta do Conde, maravilha, sempre plano ou a descer. No fim eram 6 da tarde, 54Kms andados, 4 horas de andamento efectivo, muito cansaço mas o sentimento de dever cumprido.

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