A ideia era simples – a minha cara metade estava fora este fim-de-semana e “então qual vai ser o programa de Domingo de manhã?” Pensei em Haia, que ainda conheço tão mal apesar de ficar a apenas 25 minutos de Roterdão. Pensei que se calhar podia tornar a coisa mais interessante se levasse a minha bicicleta, fazendo uso da sua portabilidade. E pensei que, como sempre, o geocaching seria um bom guia. E, depois de o pensar, decidi passar à prática!
Vamos ser sinceros – eu sou um geocacher que tem feito muito poucas caches. E o “bichinho” estava a morder-me… Foi por isso com um sorriso que desdobrei a bicicleta no centro de Haia, liguei a aplicação de geocaching no telefone e “segui a setinha” (mentira – olhei para o mapa e memorizei o percurso). E aqui surgiu a primeira dificuldade – a aplicação está bem melhor do que anteriormente! Só que eu não sabia, nem tinha olhado para as definições convenientemente – resultado: fiz uma volta aí de uns 2 quilómetros para chegar ao ponto 0 que ficava a uns 500 metros da partida. A sério – quando se olha para o mapa do meu percurso, dá mesmo para ver o círculo que fiz enquanto me procurava orientar. Enfim, uma vergonha.
Mas lá cheguei, a uma cache tradicional bem no centro de Haia, no Binnenhof, o centro de poder da Holanda. Confesso que fiquei um pouco surpreendido por perceber que a cache estava dentro do pátio aberto ao público, mas dentro de uma área bem vigiada. Ainda mais fiquei quando vi que o ponto zero era num pequeno quiosque verde. E “verde” fiquei eu quando, tentando ser o mais discreto possível, li a pista, que me dizia que tinha que cantar uma canção monárquica holandesa no ponto zero. Portanto, podem imaginar o ar deste fiél republicano, a cantar vivas à monarquia holandesa, num holandês terrível, no meio de uma praça pública! A sorte é que a dona do quiosque, e da cache, era extremamente simpática e, apesar de não me ter dito exactamente onde a cache estava (ah, já agora, não há aqui nenhum grande spoiler, têm mesmo que ir lá e descobrir a cache), deu para trocar dois bons dedos de conversa – e este foi o primeiro encontro geocachiano do dia.
O segundo foi na cache seguinte, depois de cruzar parte do centro de Haia e de ter colocado o cadeado da bicicleta à entrada de um bonito jardim público, bem verdejante. Enquanto estava à procura “da nossa amiga”, tentando ser o mais discreto possível, ouço um “já a encontraste?”. Não havia volta a dar, aquele turista de boné, máquina fotográfica em punho e filho bebé ao colo era um de nós. O geocaching vai ter sempre este fascínio de fazermos parte de uma “tribo secreta” e bem diversa, composta por uma miríade de pessoas por todo o Mundo. Ainda estivemos a bater um papo por uns minutos e, depois, “decidi” finalmente perceber onde estava a cache e logámo-la em conjunto. Limpinho! E com um sorriso por mais um improvável encontro geocachiano.
A partir daí, não houve mais encontros memoráveis, mas houve mais boas memórias. As memórias de aproveitar a excelente infra-estrutura holandesa para bicicletas e percorrer os parques de Haia, sempre em direcção à praia, a Scheveningen ou no seu regresso), procurando aqui e ali por uma cache – muitas não encontrando ou mesmo decidindo não procurar. Algumas, convenhamos, não encontrei por falta de discernimento, como aquela cujo nome em holandês significa “Só de barco”… Mas também houve outras que decidi mesmo não procurar, porque, convenhamos, eram demasiado “urbanas” e expostas para o meu gosto. Mas, de certa forma, todas elas me permitiram fazer um percurso interessante, diferente, bem rico, que me permitiu descobrir uma cidade com outros olhos – e, afinal, não está aí também parte da essência do geocaching?
]]>E vamos “abrir” com as respostas do MAntunes!
Questão: O que achaste de ver a geocoinfest em Portugal?
Resposta: Um momento único e importante para a afirmação de Portugal no panorama geocacher internacional – Uma boa iniciativa do N. Veríssimo, tanto quanto me apercebi foi ele o mentor da inicaitiva do Geocoinfest. Foi pena depois quase ter lançado o nome do nosso País na lama. felizmente, apareceu uma equipa capaz e corajosa para salvar a situação.
Q: A que eventos do fim-de-semana foste?
R: Fomos à caminhada no Parque das Nações, Geo Night Walk, e no dia principal ao evento Geocoinfest.
Q: De todo o fim-de-semana, qual foi o teu momento preferido?
P: O Bruning foi bastante divertido e entusiasmante para todos. Ver os lackeys a atirarem-se para o chão ali mesmo ao pé de mim, foi engraçado.
Q: O que achaste das moedas que por lá andavam? Compraste alguma? Alguma razão em especial?
R: Não ligo a geocoins. Reconheço que algumas são verdadeiras obras de arte mas, para mim, geocaching não é numismática.
Q: O que achaste da organização?
R: Excelente. Corajosa. Esforçada, Brilhante. Sinto-me orgulhoso e envergonhado por não ter ajudado um pouquinho. Eles merecem todos os atributos enaltecedores do seu belo gesto.
Q: Já se sabe que a geocoinfest2013 vai ser em Praga. Contas estar presente?
R: Não. Não é a minha ‘praia’ as geocoins. Fui a este por ser um momento único e verdadeiramente importante para o nome de Portugal.