Aqui está uma que ainda não me tinha acontecido nesta maluqueira do geocaching! Fomos de férias para Gran Canaria e como não poderia deixar de ser, alguma pesquisa na www evidenciou umas caches quase à mão de semear mas com a família às costas nunca se sabe se haveria tempo de lá chegar.
Uma delas era uma earthcache com o nome de Dunas de Maspalomas (GCNEH5) situada na península sul de Gran Canaria numa zona com cerca de 400 hectares de dunas (tipo Guincho em muito maior escala). Num dos dias, estrategicamente planeado para ir à praia, ficamos a 1.2 km do ponto zero (quem haveria de adivinhar!!!!; que sorte!!!). Chegados à praia pousamos os baldes, as pás, as toalhas, as inúmeras embalagens de bronzeador, os saquinhos com as bolachas e garrafas de água para sobreviver as 3 horas de praia, etc., etc. Depois de muita brincadeira na areia e de um belo banho. Neste momento devo referir que esta praia é de uma areia de granulometria extremamente fina com uma elevada percentagem de magnetite e outros minerais de Fe (desculpem mas sou geólogo e enquanto se consegue tirar o homem do geólogo, nunca se consegue tirar o geólogo do homem) que lhe confere uma cor dourada escura que é muito bonita mas aquece à brava e vi muita gente a fazer uma espécie de dança (não com lobos….) desajeitada para atravessar as zonas mais secas. Bem, voltando à história……. …ah, sim! 1.2 km do ponto zero não é nada e depois de uma desculpa parva ao resto da família (que já me conhece muito bem e devem ter pensado “ quem é que este pensa que está a enganar?”) lá fui eu de GPSr e máquina fotográfica na mão. Aliás a caminhada até foi agradável (com as várias paisagens ambulantes com aqueles mini? kinis?). A cerca de 327 m do ponto zero a seta do bicho (não! não posso usar essa palavra face ao que se segue…)… o GPSr inflecte para NE. Alto lá..! Levanto os olhos do bicho (não…!) do GPSr e sigo o trajectório da seta com os olhos quando dou por mim a olhar para uma data de espreguiçadeiras repletas de malta TODA NUA! Tinha chegado à “zona naturista” referida pelo autor da cache mas que eu pensava seria mais afastada. Posso vos dizer que havia para todos os gostos (masculinos e femininos) no que diz respeito a tamanhos, cores, formatos, penteados (ou não) e todos com uma descontracção que só posso descrever como “totalmente desinibida e descuidada” (ao fim ao cabo não quero ferir susceptibilidades daquilo que entra no site – já vi que a censura é dura e isto é para gozar um pouco).
Depois do “choque inicial” deparo-me com um problema: dou a volta ou entro a rasgar pelo meio? (outra má escolha de palavras face ao local onde me encontrava…!). Que se lixe, estava calor e 8 ou 9 filas de espreguiçadeiras já estava no outro lado. Ala e aqui vou eu! Má escolha! A máquina fotográfica na mão não levantou nenhum comentário verbal mas o conjunto, 1 tipo de calções (vestidos e bem apertados) com um aparelhometro na mão e uma máquina fotográfica na outra fizeram arregalar muitos olhares. Um minuto depois, que de facto pareceram mais uns 10, estava no outro lado a caminho do ponto zero. Chegado ao ponto… (aqui tenho que voltar atrás………. desculpem).
Para logar a cache era preciso tirar uma foto num dos pequenos muros circulares (são muros feitos de pedras vulcânicas roladas pela maré – se já sabem o que são digam-me para parar que sigo já com o resto da história – de dimensão média que são empilhadas para formar pequenos muros de forma circular com cerca de 2.5 m a 3 m de diâmetro e 50-60 cm de altura que tem uma pequena entrada e os banhistas usam-nos para se expor ao sol, e assim estarem protegidos dos ventos fortes que se fazem sentir nesta região) que estavam no local cerca de 200 atrás da referida zona naturista.
Agora sim… chego ao ponto zero e estão mais uns marmelos (e marmelas) a apanhar sol nas partes mais íntimas (pensava eu!) do corpo. Não tive coragem de lhes pedir que me tirassem a dita foto e optei por uma foto à lá “locationless-style” que espero que o autor goste.
Porém, quando me vim embora ocorreu-me uma ideia diabólica: seria muito mais engraçado ter escondido um tupperware debaixo de uma das pedras de um destes muros. Dei-me a imaginar com um cacher mais descarado a chegar ao local e encontrar o círculo ocupado com um ou uma naturista. “Ó tu aí! Vira lá essa coisa para outro lado que ando aqui à procura de outra “coisa”. Deveria certamente levantar algum comentário e daria mais gozo do que aquela do MAntunes de meter uma cache na casa do guarda do Palácio de Belém!
6 responses so far ↓
1 Walrus // Jul 20, 2005 at 18:59
Qualquer dia temos uma cache na praia do Meco 😀
2 lamas // Jul 20, 2005 at 19:13
Daniel, quem disse que a vida de geocacher era facíl…
Um tipo às vezes faz cá cada figura…
3 GlorfindelPT // Jul 21, 2005 at 09:11
walrus, e quem te diz que essa ideia nunca me passou pela cabeça?
Mas agora mudando de assunto, eu acho que o objectivo da cache é ver quem realmente é doidinho pelo geocaching e chegando à zona naturista, despe os calções e continua usando apenas o GPSr como protecção contra… a areia que se entranha… 😀
Vá lá ninguém se chateou com a maquina fotografica
4 2 Cotas // Jul 21, 2005 at 09:39
Cá para mim acho essa história muito mal contada.
Senão vejamos:
Logo esta cache! Numa zona naturista, como é referida na descrição…
Família a 1,2km! Não fosse alguém dizer com ar magnânimo: deixa filho, nós vamos tb, escusas de procurar sozinho…
Areia fininha e dourada! Se os 1,2 km não bastassem, os pézinhos mais sensíveis davam cabo da vontade mais altruísta…;
Maquina Fotográfica debaixo do braço! Claro…;, e provavelmente com um cartão dos mais pequenos…;
…;ééé’…; pois…;
5 btrodrigues // Jul 21, 2005 at 10:41
maspalomas é uma zona gira.
cada vez que me lembro que fui para lá de ferias e que não cachei nada. fui com umas daquelas malucas que só quer compras e piscina e party e dormir até as 4 da tarde…
6 Rechena // Jul 22, 2005 at 07:54
e o que isso tem de mal 😛 podes sempre fazer geocaching depois das 4 da tarde enquanto ela esta nas compras e na piscina hehehe
enfim, daniel que aventura gaita… 😉
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