A Revista Proteste de Fevereiro de 2006 publicou um artigo sobre os sistemas de navegação para automóveis. Tirei-lhe aqui os bonecos mas "colo" o texto do artigo.
Raras instruções em português (Revista PROTESTE; Fevereiro de 2006; pg. 34- 37)
São cada vez mais baratos e eficazes, mas não cobrem convenientemente as zonas rurais e a maioria não dá instruções de voz em português:
A sinalização nem sempre irrepreensível das estradas portuguesas impede muitas vezes o condutor de encontrar o destino pretendido. Quem nunca desejou ter, nestes momentos, um sistema de GPS à mão, para resolver o problema? Escolhemos para o nosso teste aparelhos portáteis concebidos para utilizar em viaturas. Munidos de mapas e fornecendo instruções visuais e de voz sobre a melhor estrada a seguir, são instalados sobre o tabliê, no vidro da frente, e alimentados com recurso ao isqueiro do veículo. Dispõem de uma antena, o que evita cabos e ligações exteriores, e são geralmente fáceis de instalar e remover, podendo ser utilizados em diversos veículos. Por vezes, até podem ser levados em passeios a pé.
Falhas nas zonas rurais
À excepção do Sony NVX-P1, com disco rígido integrado, apresentando mapas detalhados de vários países europeus, todos os sistemas de GPS testados têm cartões de memória com mapas de Portugal e Espanha. Por vezes, também Andorra e o Sul de França estão incluídos, bem como as principais estradas da Europa.
Mas, apesar de os mapas do nosso país serem detalhados nas grandes cidades, algumas zonas do Algarve e principais estradas, a situação piora nas regiões mais afastadas dos centros urbanos. Nas cidades, a esmagadora maioria das ruas está presente e, por vezes, é mesmo possível especificar o número da porta pretendido. Em pequenas localidades são poucas as ruas disponíveis.
A maioria dos aparelhos testados tem cartões de memória com 256 MB. Mas grande parte dos fabricantes dispõe de mo¬delos com mais regiões, o que implica discos de maior capacidade (em regra, com disco rígido). Estas versões têm um custo mais elevado, mas a tendência é para o preço diminuir.
Em geral, os aparelhos têm as últimas versões de mapas. Nos modelos testados, encontrámos mapas de meados de 2004 ao início de 2005. Aparelhos colocados posteriormente à venda deverão incluir versões mais recentes. Tal é importante, visto que, além de a informação ficar actualizada (sentidos proibidos, novos eixos rodo¬viários, etc.), tais versões são mais detalhadas, com novas ruas e estradas. As actualiza¬ções, a comprar junto do fabricante ou representante, custam entre 100 e 185 euros.
Acessórios e miudezas
Todos os aparelhos têm um cabo que permite o funcionamento através do isqueiro do carro. Quase todos podem ser operados em casa, sendo possível programar o destino com antecedência, ligados a uma tomada eléctrica e recorrendo às baterias. O Garmin pode ser ligado a um PC, através de uma conexão USB.
Também todos trazem um suporte, que deve ser fixado no vidro do carro, para serem ins¬talados sobre o tablier.
À excepção do Sony NVX-P1, os sistemas testados têm ecrã táctil. Este é o único modelo com comando, útil, por exemplo, para fazer um zoam à imagem, mas pouco prático para programar um destino.
A ligação a uma antena exterior também é possível em to¬dos os modelos (entre 35 e 75 euros), o que permite contornar o problema colocado pelos vidros atérmicos que equipam alguns carros. Aqueles dificultam ou impedem a passagem do sinal de GPS.
O Acer d100 dispõe de leitor de áudio, com capacidade para ler ficheiros em formato MP3 e WMA. Neste caso, é possível ligar a saída de áudio do aparelho a um auto-rádio e utilizá-Io como leitor digital. Se o auto-rádio não tiver entrada de áudio, utilize um adaptador de cassetes ou um emissor de FM. Mas o leitor de áudio não pode ser utilizado em simultâneo com a função de GPS. Este aparelho permite ainda visualizar fotos em formato JPEG.
Mais rápido ou curto?
Instale o aparelho, ligue-o ao isqueiro do carro e espere o tempo necessário para captar o sinal e programar o destino.
Todos os modelos testados permitem seleccionar o percurso mais rápido ou mais curto entre duas localidades. Se este último privilegia as estradas secundárias e não evita o centro das cidades, o primeiro dá maior peso às auto-estradas e às vias de circunvalação.
Caixas multibanco, estações de metro, autocarro ou comboio, aeroportos, hospitais, esquadras de polícia, estações de serviço, restaurantes, entre outros: todos os aparelhos dispõem de um banco de dados com pontos de interesse, que é possível seleccionar como destinos ou aparecerem indicados no mapa enquanto o automóvel se desloca. Esta opção é muito útil, por exemplo, se estiver¬mos na estrada e precisarmos de saber qual o restaurante ou o hotel mais próximos. Mas há que manter estes dados actualizados. A maioria dos sistemas permite descarregar a partir da Internet, nos sítios dos fabricantes, listas de pontos de in¬teresse actualizadas. Caso não possa aceder à Net, contacte o representante. Todos os modelos testados permitem seleccionar o percurso mais rápido ou mais curto entre duas localidades. Se es¬te último privilegia as estradas secundárias e não evita o centro das cidades, o primeiro dá maior peso às auto-estradas e às vias de circunvalação. Mas também existe, entre outras, a opção de evitar auto-estradas ou usar os aparelhos em percursos pedestres. No último caso, é ignorado o sentido das ruas e as proibições aplicadas aos automóveis, adoptando-se o caminho mais curto.
Seguir a voz
Bem utilizados, os sistemas de navegação por GPS podem ser uma mais-valia. Mas o ecrã é uma potencial fonte de distracção. Se já é pouco recomendável afastar os olhos da estrada para consultar o per¬curso no ecrã, o que dizer da introdução de novos dados em andamento? Todos os elemen¬tos do nosso painel de utilizadores confessaram a tentação de desviar os olhos da estrada para o ecrã. O mais seguro é deixar-se guiar apenas pela voz. A maioria dos fabricantes tem consciência do perigo e põe avisos nos seus produtos.
Nenhum dos aparelhos testados impede totalmente a programação enquanto o au¬tomóvel se encontra em andamento. Uma nuance no Navman iCN 520 e no Sony NVX-P1: se o carro estiver em marcha, o aparelho apenas pode ser programado pelo passageiro. Claro que é sempre possível negar ser o condutor quem o está a programar. Já no Garmin C31O, apesar de existir este pedido de confirmação de que não se trata do condutor, é possível desactivá-lo permanentemente. O Acer d100 e o Magellan RoadMate 300 Europe só fazem avisos de segurança quando são ligados. O TomTom GO 300 não dá nenhum aviso.
Raciocínio rápido
A precisão dos mapas é essencial. Os modelos testados recorrem a dois fabricantes: os americanos da Navteq e os belgas e holandeses da Tele Atlas. Com pequenas diferenças, ambos os fabricantes se equivalem, embora este último, de momento, seja um pouco melhor na cobertura de Portugal, Espanha e países de Leste.
Quanto tempo demora o aparelho a calcular uma rota? Se o condutor falhar um desvio, o aparelho recalcula outro percurso de forma rápida? A partir do momento em que são ligados, todos os modelos levam cerca de um minuto a captar o sinal. O Garmin C310 e o Acer d100 são os aparelhos mais rápidos no cálculo de rotas e a apresentar alternativas.
Sem complicar
Para evitar os furtos, o melhor é remover o GPS quando estacionar o automóvel. Como tal, convém que o aparelho seja fácil de transportar. Se o Navman iCN 520 cabe no bolso, o Sony NVX-Pl já é algo volumoso.
O Garmin C310 é o modelo mais fácil de instalar: o cabo de alimentação mantém-se ligado ao suporte, o aparelho pode ser facilmente colocado sobre o mesmo suporte e não é preciso distender a antena. Mas a remoção do suporte do Maggelan Roadmate 300 Europe exige força e paciência.
O Acer d100 pode funcionar cerca de 5 horas sem ser recarregado. O Sony NVX-Pl e o Magellan RoadMate 300 Europe, como não dispõem verdadeiramente de bateria, se a alimentação eléctríca for interrompida (por exemplo, ao desligar o carro numa bomba de gasolina), perderão a posição. O tempo necessário para iniciar o Sony é longo.
Clareza dos mapas e legibili¬dade dos símbolos e das indicações, entre outros, são factores que influenciam a qualidade da imagem. Mas também o som é vital. Quanto mais claras e audíveis forem as instruções de voz, menos tentado será o condutor a desviar os olhos da estrada. É pena que nenhum aparelho possa ser programado por comandos de voz. Todos os modelos são satisfatórios em ambos os critérios. O Sony tem o melhor ecrã, com uma visualização razoável, mesmo com luz intensa. O som deste aparelho é também o mais potente e límpido.
Quanto mais intuitivos forem os menus e mais fácil a introdução do destino, melhor. Também é importante poder introduzir códigos postais, nomes de ruas ou cidades incompletos e encontrar ruas sem saber o nome da cidade. O TomTom GO 300 é o melhor aparelho, efectuando correcções automáticas em caso de erros na inserção de endereços.
Medimos a velocidade na pesquisa de endereços, no zoom e na navegação sobre os mapas, para explorar alternativas (como em caso de engarrafamento). O TomTom GO 300, o Garmin C310 e o Acer d100 são os mais rápidos.
No geral, os sistemas de GPS são resistentes. Mas, mesmo que se digam resistentes a condições extremas, evite expô-los a temperaturas inferiores a o°C ou superiores a 45°C. Por uma questão de segurança e de durabilidade do aparelho, guarde-o em sítio resguardado do Sol (no porta-bagagens, por exemplo).
Em português, s.f.f.
De um modo geral, todos os sistemas de GPS testados são eficazes e muito úteis. No entanto, o facto de apenas o Tom Tom GO 300 e o Garmin C310 apresentarem menus, fornecerem comandos de voz e disponibilizarem o manual de instruções em português, compromete a sua utilização por quem tenha dificuldade em línguas estrangeiras.
Pode até pôr a segurança em risco, se uma instrução de voz for mal compreendida. Mesmo o Garmin, na altura em que comprámos os aparelhos, apesar de possuir menus e manual de instruções em português, não dava instruções de voz na nossa língua. Porém, ao fecho da nossa edição, já era possível descarregar o software relativo à língua portuguesa no sítio da Garmin na Internet. Todos os modelos tinham instruções em inglês, francês e espanhol. Considerámos, assim, a adaptação à língua portuguesa um critério limitativo. Por isso, apenas aqueles dois modelos recebem, no global, uma boa classificação.
Poupe mais de 200 euros Poderá poupar mais de 200 euros, se optar pelo Garmin C310 (entre 340 e 469 euros), a nossa Escolha Acertada, em vez do Magellan RoadMate 300 Europe (entre 544,90 e 809 euros), com desempenho inferior.
Escolha acertada:
Os sistemas de navegação GPS são cada vez mais baratos e fiáveis. E, como a tecnologia se encontra em franca expansão, é de esperar que, nos próximos tempos, apareçam sistemas com receptor TMC. receptor GPS mais sensível, com mais memória e mapas mais detalhados.
Mas, apesar das inovações, a grande maioria dos sistemas ainda não tem uma boa cobertura das zonas rurais portuguesas nem traz instruções de voz na nossa língua. Se estiver interessado num destes aparelhos, para rolar sobretudo em grandes cidades, o Tom Tom GO 300 (entre 489 e 567 euros) é o Melhor do Teste. Por reunir uma melhor relação entre a qualidade e o preço, o Garmin C310 (entre 340 e 469 euros) é a nossa Escolha Acertada.
2 responses so far ↓
1 MAntunes // Feb 13, 2006 at 12:37
para quem já tem PDA ou deseja ter algo mais do que um sistema de navegação por GPS;
Obtém-se o PDA e o GPSr (que, em alguns pacotes comerciais, pode vir já incluído) e compra-se um dos programas de autorouting que hà no mercado (TomTom, CoPilot, etc…). Penso que esta opção é mais versátil (permite o uso de outros programas além deste) e tem uma vantagem que é a de poder indicar destinos através da indicação de coordenadas (o que é óptimo para uma certa actividade que eu conheço…)
😉
2 Jorge Ferreira // Feb 17, 2006 at 22:56
Pois, se a Garmin e companhia não mudarem de atitude e passarem a disponibilizar os respectivos aparelhometros "abertos" a outros softwares vão levar nas orelhas.
É que estou praqui decidido a comprar um PDA prá despois carrega-lo com o TomTom e o Oziexpler, coisa que com o meu Garmin V tá fora de questão.
Depois é só dar largas á "doença" de encontrar lugares que ñ interessam a ninguem e sermos felizes para sempre.
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