Da última vez que me apeteceu ir a uma manif de ecologistas, o único transporte havia era a gasoile. Não fui…Ainda me lembro do tempo em que o manel ainda tinha todas as caches encontradas, mesmo que a coisa demorasse uns meses a resolver-se. Ou do tempo em que tínhamos combinado entre todos colocar o nome da povoação mais próxima no nome da cache para ser mais fácil planear rotas. Mas isso era no tempo em que éramos menos de 4 dezenas.Agora mesmo antes de se aprovarem já foram encontradas e só falta ao guglesmapes guiar o cachemobil. Já conhecia o GPS mesmo antes de me estrear nestas andanças. Se bem que o conhecimento não me recomendasse tal aparelho. Ainda me lembro do Miguel, que tinha um com algumas 15 polegadas de diâmetro, ser terminantemente proibido de ir na cabeça do pelotão nos passeios do CvP, ou da cena do Ricardo em OFFROAD a querer enfiar-se por um barranco com alguns 20 metros de desnível ali para os lados da Gertrudes. Bons tempos. Ainda esperei alguns tempos para colocar a minha primeira cache, lá para a 50guésima Devo ser dos poucos a quem fizeram as orelhas em papa para começar a função. Os mesmo agora que olham de lado para elas e dizem com ar rafeiro: “não sei muito bem do que ando á procura”. Poçarapá, já ouvistes falar em Geocaching? Longo caminho desde as poucas que havia e que me faziam sonhar acabar com elas. Entretanto já passamos o milhar, já somos quase tantos e não conheço 99% dos actuais. Para não apanhar sustos nem sequer conto os que sei que já arquivaram o GPS. Só penso que um dia destes também me vai dar a parvoeira. Mas tenho tomado os medicamentos. Um bocado ao calhas mas tomo. Coisa engraçada. Pelas regras publicadas no geocaching não é necessário ser pirulas. Mas o que é certo é que ainda estou para ver o primeiro certinho, completamente certinho, certeficadamente certinho, a juntar-se. Não que não sejamos todos certinhos, só que o processo de certificação não é, nem universal, nem isento. Acho. Apareceu muita gente, desapareceu muita gente. Vão ficando alguns, que posteriormente, blablabla. Aposto o que quiserem que daqui a uns anos não estaremos cá, e os que conseguirem desenterrar este texto serão, na maioria, caras novas que ainda não sabem o que é um satélite. Pelo menos foi o que aconteceu até aqui. Como em qualquer grupo não estruturado e de adesão aberta, o processo de selecção é aleatório. Não que isso me chateie. Mesmo que a maioria acabe por entrar com ar de quem tropeçou na soleira, estão cá e só tem que contribuir. Ouviram? Tenho um amigo que diz que só conhece boas pessoas. Ás outras ignora-as. Já me apeteceu fazer o mesmo com alguns. Mas passou-me. Fico no entanto com alguns engulhos que me chateiam. Ainda hoje tenho alguma dificuldade em perceber porque é que acabei de candeias ás avessas com um ou porque é que o outro se abespinhou todo comigo. Cá comigo, são poucos mas bons… Esta cena é para divertir e só tem piada dessa maneira. Se entramos pelo lado da agressividade fico na dúvida se isto não é um grupo de qunguefu. Há dias em que acordamos mal dispostos, em que o cão mija na carpete, em que o patrão arrota em publico, em que o sexo não é frequente ou em que a lua está com a lua. Mas, que gaita, não são todos. Por norma, mesmo no Inverno, há sempre um verão que se espera por si. Alegre-se. Já vendi a mota e já comprei um jipocacher. Descansem os mais sobressaltados, (muita desculpa aos restantes…), que a primeira coisa que fiz foi adaptar o suporte do gps.Considerei comprar um bicla. Mas a mesma razão que me levou a vender a mota, fez-me parar e reconsiderar. Isso e as figuras que alguns faziam logo após uns trilhos mais técnicos. A falta de rodas e a colocação do pára-choques deixam-me reticente a esse investimento no meu físico. Mas voltando ao Jipocacher. A coisa tem laivos de surrealismo. Perfeito. Já deixei o pobre a babar-se, por duas vezes, nas ventas de uma cache. A mesma. Re-arranjei um caminho ancestral á custa de bocados de diferencial. Ordenei as listas monocromicas da pintura numas dezenas de locais. E ainda não me arrependi. Também já me arranhei todo, tropecei, bati com a cabeça no chão, com os joelhos no tecto e com os costados na água um par de vezes e não me fartei, porque raio é que havia de me preocupar agora? Cá para mim, não há nada melhor do que comportamentos estruturantes! Nunca tinha cachado em Bragança. Mas como para tudo é preciso uma desculpa, por vezes a coisa demora um pouco mais. Mas foi desta vez. Prendi a coisa ao jipito e fui-me á cidade. Só tinha ido uma única vez a Bragança. Para os mais maldizentes, fica aqui a minha jura que não me portei mal nem durante um segundo. Quase todo o tempo que lá estive, passei a dormir. A pior coisa que fiz foi ter dormido parte do tempo no passeio á espera do almoço. Mas voltando ás caches, foi giro, teve piada. Ia com o “processing status” em modo Lisboa, pelo que regularmente enfiei pelos caminhos mais inadequados e torcidos que havia. Mas se por um lado isso é complicómetro, por outro não deixa de ser o habitual, pelo que o resultado se manteve inalterado. Um dia destes ainda me ponho a calcular os km que já fiz com esta desculpa. Só assim é que percebo o pessoal das citadinas. Poupam que se fartam. Com um litrito, seja do que for, fazem umas dúzias. Não que seja abaute de numberes, mas o rácio CO2 por cache é muito mais ecológico. E dá para manter mais tempo nos topetenes, (bem… já me estou a esticar e depois ainda me admiro com os anticorpos). Não sou grande respeitador das instruções “estacione e vá a pé”. Nesse capítulo a única coisa que me levaria no bom caminho seria mais agua-pé. Mas como isso tem piada é no S. Martinho, durante o resto do ano frequento mais os Ice-tee. O meu preferido é o de cevada.Mas voltando a Bragança. Despachei as que lá havia. Quer dizer as que me apeteceu fazer, que ainda lá ficaram as das gaitinhas. Para fazer caches de gaitinhas não vou a Bragança, obrigada. E depois rodei pelos lugares nas redondezas. O que também me levou a ir a Bragança, devo confessar, foi não tanto nunca lá ter cachado, mas um par de estarolas ter lá andado uns tempos antes a espalhar tamparueres. E caches daquelas em que não se encontram plastiquelhos, mas que se podem foundar na mesma. A-variantes. Mas nem tudo correu bem. Primeiro, no preciso momento em que chegamos, caiu uma carga de água das grandes. Nos dias seguintes, como era primavera, os pólenes andavam numa roda-viva. Não sou alérgico, mas em dia de calor, peganhentos e cheios daquelas poeiras, era uma coçação. Bem tomávamos banhos de castigo, mas como aquilo só abrandava com água fria, já podem imaginar… Escolhemos os piores caminhos, tomamos os piores cafés de que há memória e acabamos a enfaralhar “for good” parte do equipamento que levávamos. Subimos montes para ver poças miseráveis, ignorando os lagos maiores. Fomos corridos pelos arqueologistas em mais lugares do que aqueles que me lembro. Comemos os piores piqueniques de que há memória e bebemos cerveja mais quente que mijo. De me ter espalhado ao comprido nas urtigas. Só as pedras são as mesmas. As mesmas ou exactamente iguais ás outras. Em conclusão: Gostamos. Apreciei especialmente o restaurante do Sabor Romano, o buraco em Monforte, o prego Brigantino, de lavar o carro no riacho e de mais umas particularidades que me ficaram na memória, se bem que agora não me lembre bem de quais nem onde. A maria, já me esta a seringar o juízo com a máxima de que “já não sabemos passear sem ser á procura de caches”. Das duas, uma, ou não ando a fazer as pazes com ela as vezes suficientes ou então da próxima vez dou-lhe o mapa para as mãos e mando-a seguir á frente. Passa-lhe logo. Mas voltando a Bragança, acabei com 90% das caches da área no activo. Que bom! Já me posso achar outra vez como um dos expoentes máximos do geocaching nacional de onde tinha sido corrido principalmente depois do aparecimento dessa coisa a que chamam pomposamente de Stats. Já me fazem lembrar os United Stats e o Bruch. Tem a mania que são os donos do geocaching. Dono só há um, o BT e mais nenhum. Àh! Já me esquecia. Lisboa tá cheia de turistas. Velhos e nórdicas com ar de lagosta. Nada de gachas boas. Fonix!
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