Obrigado Alastair

lynxpardinus - 2011/12/29

Quando estava a olhar para a lista de nomeações para o prémio “Adventurer of the Year”, da National Geographic, houve um caso que me saltou à vista! O nome de Alastair Humphreys não me dizia nada – mas, ao ler a razão pela qual ele tinha sido nomeado, algo dentro de mim sussurrou-me que, se calhar, tínhamos alguns pontos de contacto. E que seria um contacto não apenas comigo, mas com milhares de pessoas em todo o Mundo.

 

Alastair (inglês, de gema) já deu a volta ao Mundo de bicicleta, atravessou os glaciares da Islândia a pé e está a preparar-se para uma viagem em autonomia pela Antárctida (em que é suposto ele ir só Polo Sul e voltar a pé, sem ajuda exterior). Mas não foi por isso que ele foi nomeado. Ele foi nomeado pelo conceito de micro-aventuras, a ideia de que não é necessário irmos até um destino longínquo e exótico para termos uma boa aventura em contacto com a natureza – muitas vezes, ela está bem próxima de casa, só precisamos de a ir procurar.

Alastair passou 2011 a fazer coisas como… percorrer a pé toda a M25 (uma das circulares de Londres), nadar no Tamisa (nota – não experimentar no Tejo em Lisboa, ok?), dormiu ao ar livre numa falésia,… Coisas simples, pequenas viagens, coisas pequenas, mas que, sob todos os aspectos, foram diferentes e pequenas aventuras para este homem bem habituado a desafios consideravelmente maiores. E, à medida que ia lendo o resumo (já agora, disponível em http://adventure.nationalgeographic.com/adventure/adventurers-of-the-year/2012/alastair-humphreys/ ), dei por mim a pensar que, no fundo, eu conhecia um grupo de pessoas que faz algo muito parecido. Que também vai atrás de pontos no mapa, não muito longínquos, para viver pequenas (às vezes grandes) aventuras, que quebram a rotina aceitando desafios, que conhecem novas pessoas, forjam laços de amizade, conquistam novos sorrisos. Quando eu penso nas micro-aventuras do Alastair, eu vejo as cachadas que cada geocacher faz. Nas caminhadas de quilómetros, nas subidas de árvores, nas descidas a grutas e algares, na escalada de uma qualquer parede ou falésia, no ar puro de uma montanha tão próxima como Sintra, nas surpresas que se escondem por Monsanto e que o geocaching me permitiu descobrir, nas fotografias que tiro (e nas excelentes fotografias que comigo partilham), no olhar para um edifício pelo qual passei tantas vezes e perceber que nunca tinha olhado para ele e é um palácio fabuloso, nos sorrisos de um almoço partilhado no alto de um rochedo no Gerês, nas lições que recebo a olhar para rochedos, no novo Mundo afinal tão perto que aprendi a conhecer.

 

Confesso que, ainda é assim que eu penso no geocaching – um conjunto de micro-aventuras à espera de ser vividas. Daquelas que produzem boas recordações. Obrigado, Alastair, por mo relembrares.

3 responses so far ↓

  • 1 jasafara // Dec 29, 2011 at 14:02

    Muito bom. Justei de me sentir comparado a um explorador deste calibre 🙂

  • 2 jasafara // Dec 29, 2011 at 14:16

    Justei ou mesmo Gostei 😉

  • 3 hfilipe // Dec 29, 2011 at 17:45

    É, sem dúvida, uma ótima perspetiva do que é o geocaching e das pequenas aventuras que, uma após outra, nos vão dando imensas alegrias.
    Obrigado por nos lembrarem disso.

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