Após andar vários meses a convidar alguns amigos a irem comigo à “Fenda” e à “Pozas” lá se realizou esta caçada ontem, Sábado, 14, logo a seguir a alguns dias de chuva e de unhas roídas pelos receios que o tempo no causava…
Aceitaram o meu convite o Bargao Henriques (PH), Luís Amaral (MCA) e o Roberto Esteves (rob300_tdi) que se nos juntou em Portela do Homem, não lhe tendo sido possível acompanhar-nos à “Fenda”.
Saímos de junto da casa do PH pelas 06H00 e, tendo a viagem corrido muito bem, eu a conduzir e os meus companheiros a olharem para o écran do PDA (com as páginas das caches e as cartas M888, calibradas) chegámos junto ao local pelas 10H30. Aí, onde fomos abastecer-nos de mantimentos (leia-se “buchas”) e fomos encontrados por um casal que me conhecia a mim e ao PH sem que nós os soubéssemos! Ao princípio o PH ainda chegou a dizer que eram membros da equipa “Greenshades” que, sabíamos, andavam por Castro Laboreiro. É mesmo pequeno este mundo.
Depois rumámos para a zona da fenda e, após estacionar, lá se iniciou a caminhada de cerca de 1km até à entrada da Fenda da Calcedónia. Quando lá chegámos, ouvia-se barulho vindo de lá de dentro: Estava lá um grupo de pessoas a iniciar a subida e… meu espanto quando se verificou que era um grupo de escuteiros dos mais novos! Lobitos! Putos de 6 a 10 anos! Afinal a quilo é brincadeira para crianças – subir a Fenda da Calcedónia…
Ok… Começámos a nossa subida atrás dos Escuteiros, devagarinho e com tempo para tirar fotos à vontade – Respondi que não ao PH quando ele perguntou se podia passar por cima dos miúdos e utrapassá-los . Ao fim de largos minutos e muitas fotos lá chegámos ao cimo da Fenda. Aí, fui mostrar aos meus companheiros o local e a razão porque lhes tinha pedido para levarem corda de montanha (bem ela ficou no carro mas era melhor estar a 1 km do que a 400 e tal…).
Depois, telefonámos ao Roberto e afinámos a hora e local de encontro após a nossa caçada em curso. De seguida, fomos até ao local da cache, depressa, porque queríamos aproveitar a pausa dos Escuteiros para comerem a “ração de combate” deles e, assim, não tínhamos que explicar a um bando de 10 ou 15 miúdos (mais chefes) o que é o Geocaching e o que é uma cache. Pelo caminho, ainda mostrei onde tinha desistido de progredir em Dezembro passado por as pedras estarem a escorrer água devido à chuva de então. No local da cache, após duas tentativas individuais para procurar a cache e porque, além dos Escuteiros, vimos lá em baixo um casal que estava quase a terminar as suas “buchas”, decidimos procurar todos em conjunto e o PH encontrou-a. Logo depois, quando já estávamos a escrever no logbook, apareceu o tal casal e tivemos que disfarçar e esperar que se fossem embora antes de esconder a cache outra vez.
De regresso ao carro, com bastas explicações geológicas do PH (é um bónus especial com que ele nos brinda – “Esta pedra é filha da sobrinha da cunhada daquela que vimos uns quilómetros atrás” ). Mais um telefonema para o Roberto e trata de iniciar a deslocação até à Portela do Homem. Mas, antes, “coloquei” os meus simpáticos colegas a tirar fotos e waypoints de uns marcos romanos que abundam naquela região – os marcos miliares, segundo o PH, que marcavam distâncias nas estradas romanas – “É para uma locationless cache!” dizia eu… (agora, em casa, após procurar a tal LC, verifiquei que é para as gravuras de Foz Côa… cada um de nós ficou com as coordenadas e fotos de um belo e autêntico marco miliar romano para o seu album de recordações ). Mais acima, após algumas paragens relâmpago para tirar fotos dentro do Parque Natural junto à Barragem Vilarinho das Furnas, “alinhei” nas febre das LCs e também fui tirar umas coordenadas e fotos todas catitas aos respectivos marcos miliares. Encontrámos um montão deles… No percurso dentro do Parque Natural, estávamos condicionadas por um bilhetinho que dizia a hora a que tínhamos entrado e não se podia parar. Mas à saída, a “controladora” ficou ofuscada por uma laracha minha e nem deu pela nossa paragem.
Logo depois chegámos à Portela do Homem e, agora foi o MCA que ficou ofuscado por um belo Land Rover de “1960 e trocó passo”, a gasolina (safa!), verde militar, sem capota, sem ar condicionado, sem ABS, sem direcção assistida, sem leitor de CDs, sem 20 e tal espacinhos para guardar todo o tipo de tralha, etc… etc… Era só rodas, motor e chapa! Mas é uma máquina digna de se ver e confirmou-se, mais tarde, que era do Roberto. Obviamente, o MCA ofereceu-se logo para fazer companhia ao Roberto no resto das caçadas; “É para irmos dois em cada carro.”, “Um meu amigo tem um igual”, “Adoro TT!”.
Entrámos no café que ali existe e lá estava o Roberto Esteves à nossa espera. Comemos algumas “buchas”, enquanto eu tentava desesperadamente (a minha mulher pode vir aqui ler isto…) ligar para a Mila. Mas nada… nem TMN, nem Optimus, nem Vodafone, nem Mobistar, nem o meu telelé, nem os dos outros…
Após as “buchas” e uma foto de grupo tirada com a máquina do PH (eu ainda não acabei de ler o manual da minha) iniciámos a deslocação para a “Pozas”, entrando em Espanha. Poucos kms depois, parámos e após os preparativos (que incluíram o ser a vez do Roberto tirar fotos e waypoints para a “LC dos marcos miliares”), iniciámos uma caminhada que os GPSrs calculavam em 1580/1600 mts por ali abaixo. “Subir isto tudo de volta é que vai ser lindo…” – disse alguém. Mas correu bem a caminhada e lá chegámos facilmente ao local das “Pozas”. Na primeira não se confirmou o nosso receio de que aquilo estaria cheio de “pueblo” a tomar banho no “rio caliente”. O PH foi o primeiro a ver aquilo e era só exclamações! Seguiram-se fotos e obtenção de coords. para outra LC (a das cascatas). Ficámos todos muito agradados com a quantidade de poços, com a frescura do local, a limpidez da água, as cascatas. Mas, numa das “pozas” cimeiras, lá estava o “pueblo” (Cerca de 7/8 pessoas espalhadas pelas pedras, a assar ao sol… E era por ali que a cache estava… Bem, depois de alguns “vai e vem” para tirar fotos, mirar os recantos, “Boas Tardes!”/”buenas tardes…”, EPE de 7 a 57 metros, etc… etc… O MCA senta-se num determinado local – parecia que tinha desistido – e, pouco depois, o Roberto começa a aproximar-se gradualmente dele e eu, que tinha subido até meio da encosta para apanhar o sinal do GPSr, venho por ali abaixo, muito devagarinho “para não entornar o sinal”, e vou aproximando-me do local onde eles estão: 7, 5, 4, 3, 2, 1! Olho para o lado e pergunto ao MCA: “Estás sentado em cima da cache, não estás?” – ele estava ali há cerca de 10 minutos e tinha acabado de colocar a cache na mochila. Fomos para um local escondido e chamámos, por sinais, o PH para iniciarmos o ritual do costume.
Após os logs, lá fizemos mais umas “manobras de diversão” enquanto o MCA ia colocar a cache no local onde estava. No regresso para a zona dos carro, seguimos por um caminho que alternava entre via romana e caminho de pedra assente nos anos bem mais recentes…
Chegado ao local das viaturas, trata de refrescarmo-nos e saciar a sede e seguimos em direcção a Portugal, mas agora através da fronteira perto de Castro Laboreiro.
“Agora conta tu, PH, que eu tenho sono e vou deitar-me!”
6 responses so far ↓
1 bargao_henriques // Aug 16, 2004 at 15:50
Ora bem, onde é nós íamos?!
Ahh… Castro Laboreiro!
Bem, foi precisamente por esta altura que comecei a sentir aquele remoinho no estômago, que normalmente tenho quando vou a perseguir outro carro por estradas com muitas curvas… Porque é que não escolhi contar antes a primeira parte da história?! Aiaiai… 😛
Apesar de já não ser lá muito cedo combinámos ir tentar "caçar" duas das caches do Roberto, "A Fronteira de Baixo" e "LandMania" que, por serem quase caches de "Drive In", não nos iriam fazer perder muito tempo…
De volta a terras lusas, à chegada a Castro Laboreiro, lá fizemos mais uma paragem para uma nova LC, desta vez uma ponte romana para o Roberto. No caminho entre esta localidade e "A Fronteira de Baixo" avistámos mais duas destas pontes, que ficaram guardadas para eu e o MCA as "apanharmos" na volta.
Quando chegámos a Ribeiro de Baixo fomos recebidos por uma fanfarra… Não foi?! Ahh… Afinal parece que era apenas uma banda "pimba" a tocar na festa lá da aldeia… 😀
Bem, resolvemos passar ao lado da festa e das “emigrantas” aperaltadas e ir à procura da cache. Como o MCA e o Roberto já a conheciam foram por um atalho, de Jeep, enquanto que eu e o MAntunes fomos mesmo a pé, como manda a tradição. O Jeep serviu sim para nos trazer novamente para cima, poupando algum tempo e principalmente as minhas pernas, que já se estavam a queixar do meu peso e da falta de exercício! 😉
Quando chegámos ao local resolvi dar a hipótese ao MAntunes de ser o primeiro a encontrar a cache. O coitado ainda não tinha encontrado uma… 🙂
Seguindo a sua tradição, o MAntunes lá começou a revirar tudo, a vasculhar debaixo de todas as pedras e dentro de todas as silvas até que, quando já estava suficientemente arranhado, foi a minha vez de procurar. Por esta altura já o Roberto tinha chegado ao pé de nós com o MCA e começava a mostrar uma expressão de "papá preocupado". Ai a minha cachezinha, pensava ele… E o Pior confirmou-se! A cache havia sido roubada! 🙁
Só nos restava tentar a desforra na "LandMania", e lá fomos nós.
Pelo caminho ainda parámos nas pontes romanas que anteriormente tínhamos avistado, na Assoreira, para as marcarmos como LCs.
534297 curvas depois, quando o MCA já tinha voltado todo enregelado para o Cachemobile do MAntunes, emprestando a camisola ao Roberto, lá chegámos à Branda do Alhal. O MAntunes, por entre ameaças verbais, acabou por me passar à frente para ser o primeiro a tentar a sorte, enquanto o MCA e o Roberto ficavam de novo armados em "mirones". 😉
Devido a uns percalços na busca o MAntunes acabou por gastar o seu tempo a procurar no local errado e, como por esta altura já estava a ficar escuro, lá fui eu tentar rapidamente a minha sorte, já com a ajuda da lanterna. Tive mais sorte que ele e em alguns minutos já tinha realizado o ritual de celebração da cache encontrada, podendo assim regressar para o carro, tentando evitar as "minas terrestres" deixadas pelas vacas.
E foi assim que, já com a noite por companheira, acabámos o nosso dia de caçada! 🙂
Despedimo-nos do Roberto, que voltou para as suas férias em Monção, e metemo-nos a caminho para as Terras Mouriscas do Sul.
Apesar de eu me ter esforçado por estar sempre a "tagarelar" para que ninguém adormecesse, o MCA acabou por sucumbir ao sono. Talvez a sonhar com as malas que ainda teria de fazer quando chegasse a casa, para a viagem à Madeira que iniciou hoje. Tadinho…
O MAntunes foi sobrevivendo heroicamente ao sono e à minha conversa até que, em Leiria, decidiu meter-me nas mãos a tarefa de conduzir a viatura até Lisboa. Que acto irresponsável!… Mas até não me saí mal e, algum tempo depois, por volta das 1:45, chegámos em segurança à minha casa.
Devo acrescentar que este dia foi formidável, um óptimo ponto final para as minhas férias, e que me veio dar um certo alento para enfrentar novamente o trabalho. 🙂
Obrigado MAntunes, MCA e Roberto pela óptima companhia! Adoro estas caçadas em conjunto! 😉
2 portelada // Aug 17, 2004 at 01:17
Cada vez mais gosto destes "reports" , deve ter sido um dia muuuuuito longo !!!
Infelizmente não pude ir, andei mais ou menos com os vossos horários, mas a gravar Trialo em Arganil, ainda passei ao lado da "Fraga da Pena", mas só deu mesmo para olhar o ponto do GPS !!!
Já agora , foram no Fiat Punto do Antunes ??? aquele que só pega quando lhe apetece !!! … não foi um bocado arriscado ??
3 bargao_henriques // Aug 17, 2004 at 09:17
Deixa-te mas é lá de desculpas!
Eu bem sei que tu tens medo de procurar caches em locais onde não consigas chegar de BTT… E olha que para o cimo da fenda não a levavas, de certeza!
Quanto ao Cachemobile do MAntunes, portou-se muito bem, mesmo comigo a conduzi-lo. (Nem imaginam o que fiz com ele enquanto o MAntunes e o MCA dormiam… Eheheheh…)
4 MAntunes // Aug 17, 2004 at 09:53
…ao fim de 3 visitas à oficina lá descobriram e substituiram o "culpado".
PH, então aquele cheiro esquisito que o meu carro tem…
Agora a sério, só agora descobri o album de fotos que colocaste. Está muito fixe! E, desta vez fui eu o apanhado em situação menos …formal?
5 portelada // Aug 17, 2004 at 10:00
NÂO ???? …. olha que já a carreguei enquanto abria caminho por dentro da espessa vejetação sintrense, aliás , é assim que se descobre novos singletracks !!!
Com o tratamento que o cachemóbile tem levado (o homem levou o carro até ao Monge na Serra de Sintra), qualquer coisa é pouca !!! A especie de suspensão tipo manteiga típica ds puntos, alterou-se para uma tipo batedeira humana …. o que piora expoencialmente nas mãos do PH, que aproveitando o estado letárgico do dono para trepar uns barrancos laterais da A1 !!! …. mas como costumamos dizer com os carros alugados de empresa … " se não tiver danos vísiveis, ta bom ….." o pior é o resto !!!!!
6 bargao_henriques // Aug 17, 2004 at 10:10
Opsss… fui descoberto…
Desculpa lá, MAntunes! Eu prometo que meto uns remendos a tapar os buracos por baixo da carroçaria… 😉
Quanto às fotos, o meu traseiro pode ser maior, mas não quer dizer que o teu não apareça de vez em quando! Eheheheheh 😀
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