XX Geomeetup – Minuta

Ricardorsilva - 2005/06/07

Esta é a história do XX GeoMeetup de Lisboa. Não sei se foi melhor ou pior que os outros, uma vez que foi o primeiro a que assisti – o que levou a que fosse eu a escrever a minuta. De qualquer maneira, digam qualquer coisa se os geomeetups a que já assistiram forem muito diferentes do que o que abaixo está transcrito (basicamente, uma série de tipos a comerem e a beberem, com coisas semelhantes a telemóveis por perto, e a contarem histórias perfeitamente absurdas, com revelações surpreendentes pelo meio – vocês nem sabem o que é que se descobriu neste geomeetup…)

Bem, avançando para a lista de presentes (sem nenhuma ordem em especial, na realidade, é mesmo “ao calhas”):
– PPinheiro & Gabriela
– FGV & Isa
– 2Cotas (neste caso, era só um, o Diamantino)
– MAntunes
– BTRodrigues Tiddy Wiki (pois, leram bem, tiddy wiki – quem não souber o que isto significa, é melhor fazer uma pesquisa no google, como eu fiz)
– Rifkind & Rifkinda
– PH & Tomas (o geocacher português mais famoso internacionalmente – desta vez trouxe o pai, para ele lhe levar a fruta)
– GlorfindelPT & Elektra
– CLCortez
– PMateus 21 & Sandra & Joana
– Lynx Pardinus (ou seja, eu)

Eu cheguei um bocado atrasado, mas parece que estava a ser passado pela mesa um objecto que diziam ser um GPS de há 10 anos atrás. Eu acredito porque realmente parecia um telemóvel de há 10 anos atrás! Pouca gente sabe, mas os engenheiros da Garmin e da Magellan, quando estão a preparar um novo GPSr colocam sempre a mesma pergunta a si próprios “Epá! E que desenho é que vamos dar a esta coisa?”. Depois de horas e horas e exaustivas horas a debaterem como é que ‘aquilo’ deve ficar “Opá! Porque é que não fazemos igual a uma televisão?”, “Tás maluco? Depois como é que o pessoal levava aquilo na mão?”, “Devíamos era fazer com a forma de uns ténis”, “Não! Não! Igual a uma febra de porco!”, há sempre uma altura de tomar uma decisão. Nessa altura, e garanto-vos que é sempre assim, um deles vai ao bolso do casaco e diz, “Podíamos fazer igual ao meu telemóvel! Assim as pessoas que me vissem na rua pensariam que eu estaria só a mandar SMS!”! Vocês vão ter a certeza de que eu tenho razão quando virem um GPS que vibre e que comece a tocar uma cena qualquer com toques polifónicos sempre que se aproximarem de uma cache! Bem, comentários à parte, o GPS-relíquia do PPinheiro foi um sucesso.

Enquanto se esperava que a comida chegasse (eu estava cheio de fome), e iam chegando mais membros (ou seja, os que estão na lista de cima), começou-se a falar nos Açores (talvez porque o Diamantino tinha um mapa das ilhas desdobrado em cima da mesa, o que nos faz temer o pior pelos habitantes insulares que agora vão ficar a guardar mais umas caches de nome esquisito, como aconteceu a um guarda de um parque infantil na região da Grande Lisboa), Açores – Pico, Pico – ponto mais alto de Portugal, Ponto mais alto de Portugal – cache no ponto mais alto de Portugal e pronto, lá fomos nós lançados para uma conversinha sobre caches (umas míticas que nunca foram feitas, outras só míticas, outras só excelentes, todas caches).

A primeira, lá está, é a mítica cache no ponto mais alto de Portugal, que o PCardoso lá colocou e que, diligentemente, tem mantido. Pessoalmente, acho que deve ser espectacular. Pelo meio o PH ainda explicou porque é que, quando lá esteve, o pico do Pico (eu sei, não tem piada, mas apeteceu-me) estava nevado de manhã e à hora de almoço, nestum de neve.

Pelo meio ainda falámos nas Berlengas, que têm uma cache ainda não visitada desde o ano passado (parece que as probabilidades de um tipo enjoar na viagem são elevadas, e quando lá chega aquilo são só subidas e não há carros – percebe-se porque é que ainda ninguém lá foi), mas rapidamente a conversa descambou para as caches da moda – estou a falar da ‘Flashit’ (que na altura ainda era só uma miragem apagada) e da ‘Elevador de Santa Justa’.

Se da ‘Flashit’ a conversa foi muito “como é que aquela coisa funcionará?” e painéis de energia solares e “aquilo deve brilhar quando lhe apontas uma luz”, a conversa sobre o “Elevador de Santa Justa” foi mais próxima do Código de Da Vinci. Eu explico: parece que a hint, para além da encriptação normal geocachiana, tem uma outra rifkindiana por cima! Ou seja, ou vocês são peritos da CIA em criptologia ou então vão mas é procurar a cache sem ajudas! (que foi o que fizemos depois do Meetup).

Entretanto, a conversa descambou para os lados dos patos (para quem não sabe, são aqueles pássaros grandes, que gostam de água e fazem “cruaa” – há quem lhes chame gaivotas, mas não vamos confundir isso neste texto, ok?). Como tínhamos uma futura veterinária ali ao lado (Elektra), decidimo-nos debruçar sobre o famoso “Se deres um Alka-Seltzer a um pato, ele rebenta em pleno voo”. Não conseguimos chegar a uma conclusão, mas ficámos a saber que os cavalos não conseguem vomitar! (nota mental: nunca ir para uma noite de copos com um cavalo.) – vocês estão a ver o nível das conversas que se tem num meetup em que eu estou presente? Têm a certeza que me querem voltar a convidar?

À medida que íamos falando, os presentes iam ajeitando-se nos lugares disponíveis na mesa, e aquilo já parecia um gigantesco jogo de tetris humano. Daí alguém (PPinheiro, quem foi?) ter lançado o fabuloso alerta “Tenha cuidado, porque se ficarem dois juntos com a mesma cor, desaparecem!”.

Eu não queria contar esta história, mas o CLCortez foi taxativo, e por isso vou ter que incluí-la (sorry, eu nunca mais paro de escrever, isto já está um bocadinho grande). Tudo começou com o Rifkind e a história de como ele e o grupo de escuteiros sacrificaram um dos membros numa figueira para entrarem no Castelo de Marvão (não, não vou explicar, perguntem ao Rifkind), para apanharem com uma chuva de insectos a meio da noite! A sério! A explicação oficial é que, uma confluência de correntes térmicas vai buscar os insectos a todo o Alentejo e, depois, deixa-os cair na zona de Marvão. Mas, claro, isto é o que ‘eles’ querem que nós pensemos. Como se nós nos deixássemos enganar assim! Nã! A realidade é muito diferente! Na realidade, e como todos nós sabemos, há uma rede de naves espaciais extra-terrestres a orbitar a Terra. Uma das funções deles é estudar as espécies (incluindo seres humanos e insectos) que habitam o nosso planeta, para saber se daremos bons escravos no planeta deles. Spooky, não é? Mas eu já vi uma série de filmes e posso garantir que é verdade! (aliás, eu tenho a teoria pessoal que o Diamantino é um deles disfarçado, e que a ‘Flashit’ não é mais que um engodo para levar geocachers para um descampado na margem Sul do Tejo e depois, “ZÁSS!”, um tipo é teletransportado para 400 kms de altitude em órbita geossíncrona!) O grande problema deles é que há muitos insectos, e eles estão a estudá-los a todos minuciosamente. E isto trouxe um problema inesperado. Adivinhem. Pois, estão sempre a ficar sem espaço para os guardar! Por isso, sempre que ficam sem espaço, os extra-terrestres vão com as naves deles para a região de Marvão, e abrem os depósitos de carga em que estão os insectos. O resultado foi o testemunhado pelo Rifkind ao vivo – uma “chuva de insectos”! A teoria das “condições meteorológicas” é uma tanga difundida por um professor da Faculdade de Ciências que não é mais que um dos extra-terrestres disfarçados!!!

Enfim, quando a conversa chega a este nível, não se pode esperar que melhore muito. Por isso, ainda soubemos que a fruta já nasce embalada em pequenos boiões de vidro (foi o Tomás que nos explicou isto antes de se ir embora com o pai), que eu tenho 4 amigos que beberam uma vez demais em Melgaço antes de irem jogar futebol (a sério, a história tem piada, mas já vou na terceira página de Word e era bom se alguém conseguisse ler isto até ao fim) e (atenção, a minha opinião pessoal é que esta história é horrível, e, por isso, quem quiser, salte directamente para o próximo parágrafo – estou a falar a sério) que nunca devem ir acampar com a vossa sogra de muita idade para Espanha. E que, se isso acontecer, não é boa ideia que a senhora tenha uma solipampa. E que, se assim for, não devem pensar em “vamos levá-la na bagageira do carro até Portugal para não termos chatices burocráticas”. E que, se fizerem isso, não ponham gasolina numa bomba de gasolina em Portugal, ao pé da fronteira, porque o carro pode ser roubado com a senhora no porta-bagagens…

Bom, antes do meetup acabar, ainda tivemos oportunidade de cantar os parabéns ao ‘Why’, que bem sabemos que gostaria de estar presente – hei, mas eram os anos dele, portanto, desta vez tem desculpa! Não foi lá muito afinadinho, mas foi o melhor que se arranjou.

E, mesmo antes do meetup acabar, tivemos direito a uma revelação estrondosa! Pois, preparem-se, porque esta é mesmo chocante! A Elektra, sim, a Elektra, é um homem! Pois! Sim! A Elektra é um homem! Eu estava sentado mesmo ao lado dela e, confesso, fiquei profundamente chocado (mais ou menos como o geocacher, que resolveu levar o desenho dela de dentro de uma cache, se deve estar a sentir). Não me perguntem pormenores, eu não os vou dar. Perguntem antes ao CLCortez (o homem que já foi identificado pela GNR quando estava a rappelar em Loures, e que já foi abertura de Telejornal pela mesma razão) porque foi ele que me contou, ou ao GlorfindelPT ou à própria Elektra. Eu não digo mais.

Enfim, a minuta está a acabar (o quê? Alguém conseguiu ler até aqui?), bem como o meetup. Resta dizer que, depois, ainda fomos (eu, o CLCortez, o MAntunes, o Rifkind e a Rifkinda) dar uma volta por umas caches na zona da Baixa (uns para as procurarem, outros para admirarem o espectáculo).

E pronto, cai o pano no palco, e o XX GeoMeetup de Lisboa foi, mais ou menos assim.

11 responses so far ↓

  • 1 bargao_henriques // Jun 7, 2005 at 22:17

    AHAHAHAHAH!!! 😀
    Que bela descrição!!!
    Tens de fazer mais umas actas dos meetups, para ver se consegues manter o nível…

  • 2 btrodrigues // Jun 7, 2005 at 22:34

    olha as fotos: http://against.org/geomeeting20050603/

    (ou o que se pode arranjar)

  • 3 MAntunes // Jun 7, 2005 at 22:35

    É um prazer ler escritos de quem gosta escrever como parece ser o caso. 🙂

    Entretanto, aqui fica a foto dos mais atinadinhos de entre os presentes; Joana e Tomás.  😉

  • 4 lamas // Jun 8, 2005 at 00:12

    Epá, obriguem este tipo a ir a todos os meetup´s, e torturem-no se ele se esquivar a fazer as actas…

  • 5 GlorfindelPT // Jun 8, 2005 at 09:43

    Depois de ter conhecido o nosso relator de hoje no meetup só podia sair daqui um registo destes… de partir o coco a rir…

    aliás como a história da sogra, e da chuva de insectos e do campo de futebol, e da Elektra ser um homem… ah espera essa não teve lá muita piada, mas o Clcortez gostou por isso que se lixa é o mexilhão (neste caso o Glorfindel)

    bom texto sem duvida, só ainda nao percebi o Best Buy Top 10 na revista com a Joana na capa, mas o mantunes lá deve saber! 😀

  • 6 MAntunes // Jun 8, 2005 at 10:08

    Também hesitei… Aquilo é uma frame automática que não consigo editar. A opção era não colocar a foto mas pedi autorização ao Paulo Mateus e ele concordou em publicar a foto.

  • 7 GlorfindelPT // Jun 8, 2005 at 12:40

    Não era com o sentido de não deveres ter posto aí as fotos. Aliás estão giras!

    Era só que gostava de saber em que consiste o Top10, GPSrs ou brinquedos? 😀

  • 8 pmateus21 // Jun 8, 2005 at 14:01

    … essa para os artistas das fotos deve ser fácil… afinal um GPS nas mãos deles é só mais um brinquedo ! EHEH

  • 9 ricardorsilva // Jun 8, 2005 at 14:40

    Obrigado pelo bom humor com que receberam a acta.

    Antes de pensarem em armar-se em Torquemada (basicamente, um senhor espanhol que gostava de brincar com objectos de tortura na altura da Inquisição – esta vai directa para os Lamas), é capaz de ser melhor explicar que estou de férias, e por isso consegui dedicar algum tempo a escrever a acta. Senão seria uma coisa do género:

    "Na sexta-feira, houve uns tipos que se reuniram com uns GPS em Lisboa. Estiveram 3 horas dentro de um restaurante e vieram-se embora. Fim."

  • 10 lamas // Jun 8, 2005 at 20:22

    …mas se eu mandasse alguma coisa neste país, arranjava maneira de te manter de férias e obrigava-te a assistir a todos os meetup´s e… pronto, pedia-te para escreveres as actas.

  • 11 justaskwhy // Jun 9, 2005 at 15:38

    O log está muito loco…
    Obrigado por me terem telefonado a cantar os parbéns! Foi bué fixe…
    Nem estavam muito desafinados, podiamos pensar em formar o grupo coral ´ Os Malukinhos dos Tupperwares´…

    Why

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