Fui ontem fazer uma mão cheia de caches de manhã.
Não caches de manhã, mas caches, de manhã. Perceberam? Não? Ok…
Mas fui. Esta semana tem sido complicada e decidi atribuir a mim próprio um pequeno intervalo. Estas coisas de juntarem um dia 13 e uma sexta-feira são sempre ligeiramente claustrofobicas. Nem é preciso que coincidam.
Caches apropriadas, diria eu. Até no facto de o owner ter colocado os berlindes todos no mesmo cesto. Ainda me lembrei de despejar a coisa por ali abaixo e telefonar-lhe com ar infeliz a pedir-lhe instruções. Havia de ser bonito. Mas a Naima lá me convenceu, a troco de uma qualquer sugestão imperceptível, mas mesmo assim aceitável, a seguir caminho. Mas tinha sido interessante. Alguém quer pegar na deixa?
Mais á frente a sugestão era procurar prateleiras e diques… Praia, verão, dia de semana. Realmente só se viam prateleiras espalhadas pela praia a apanhar sol. Confesso que até me pareceu, dada a pequenez dos resguardos, ter vislumbrado um ou outro dique. Nem o facto de o nome da coisa não ser prateleira mas soleira invalidou a beleza dos achados. Eu que quando era puto fiquei vacinado contra sol e areia fiquei com a ideia de que teria poupado a vista, como dizia a minha avó, se tivesse frequentado mais a praia. Prateleira de todos os tamanhos e feitios, com mais ou menos arrumação, mais modernas ou mais clássicas. Áieu!
Antes tinha andado a vasculhar num parque. Lugar onde teria sido cometido um crime horrendo, ainda para mais motivado pelas mais singelas razões. Horários. Se ainda fosse a chegada intempestiva de um marido, ou a saída apressada de uma criada, vá que não vá. Mas não…
Lugar obscuro, tenebroso mesmo, onde pesados murmúrios faziam lembrar almas errantes pedindo auxilio. Alguém podia ser levado a crer que seria o alcatruz a gemer com a humidade, mas alcatruzes não falam! Eu cá acho que só podia ser o podre do defunto a gemer. Ou então entalado com alguma coisa mais sensível num contínuo torcer.
Consta que o episódio macabro com o guarda não foi a ultima ocorrência nesse dia, violências atrozes e espancamentos se abateram sobre os intervenientes. Conta uma versão mais conhecida que seria a forma de calar os mais faladores. O que é certo é que nunca mais se ouviram rumores ou se viu o guarda. Que segundo parece pede continuamente que lhe junte a alma, perdida no parque, ao corpo. Mas provavelmente a coisa será rápida. Tanta gente a murmurar baixinho, o que pareciam esconjuros ou rezas, em círculos de mãos dadas e em três tempos o pobre do guarda aparece. Nem que seja a refilar com os casalitos.
Por falar em refilar. Para quando a retoma ao clássico? Ao bom, velho e mais que provado método do taparuére? Provavelmente os mais novos nem sabem do que se trata e os mais velhos tem uma pálida ideia. Caixitas de plástico, com a tralha normal. Bloco baratucho, lápis do Ikea, prendas manhosas, textos que ninguém lê e saquelhos de sandoxa por dentro e do lixo por fora? Taparuére, meus senhores, taparuére! (palavra formada por “tapa” em honra da cidade mexicana de Tampa, e por “ru” do grego “deicham erth ad ozm eusp lás tic’s” conjugado com “ere” do chinês “oink hioha huhu” que quer dizer, “por trezentos mérreis querias o quê?”
Agora há de tudo, desde bocados velhos de madeira, caixitas de pílulas, a porcas ocas, (??porcazocas??Ehpá…)), a suspensórios velhos. Até nas prendas se sente a crise. Calculo quantas crianças já foram extorquidas dos seus brinquedos mais queridos para abastecer essas coisas. Quanta tristeza ai por esse país. Qual crise, qual Sorcartes qual carapuça. Geocaching! Mais vale mandarem a malta é procurar prateleiras, (não me consigo esquecer do mobiliário…). Só tinham que acrescentar lá nos ícones, um novo junto com aqueles dos automóveis, motas ou biclas. Sei lá… um que dissesse: “Retorno complicado.”
Eu acho que o Erik anda um bocado distraído.
Entretanto bom fim-de-semana. Fiquem bem, não se estraguem e divirtam-se. Sozinhos, aos pares, aos magotes ou como vos der mais jeito.
4 responses so far ↓
1 bargao_henriques // Aug 11, 2005 at 15:45
Estou sem palavras… 😀
2 MAntunes // Aug 11, 2005 at 16:23
Antes eram os logs do Diamantino – deliciosos! Depois começaram os artigos do Diamantino – ainda mais deliciosos. Agora são os logs e os artigos do Diamantino e os logs do HDV.
Só tenho a agradecer-lhes os bons momentos de leitura que me proporcionam. 🙂
3 Walrus // Aug 11, 2005 at 23:04
Eheheheh De partir a côco a rir 😀 Para quando um livro com estas histórias? 😀 Agora está na moda fazer livros sobre blogs e coisas tais, eu sugeria um livro com as melhores histórias do Geocaching@PT 😀
4 mca // Aug 12, 2005 at 23:10
Simplesmente DELICIOSO!
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