http://www.geocaching.com/seek/cache_details.aspx?ID=40355
Para este dia, tinha programado tentar caçar pelo menos duas caches.
Porque, quando andava à caça na Serra da Arrábida, me apercebera que a “Windmill” ficava para os lados da EN10 ( é bom recordar que estava de férias, sem acesso à Internet e que imprimira à pressa, antes de iniciar as férias, as páginas das caches na “margem sul”), fiz desta o meu alvo inicial.
A manhã obrigatória de praia, desta vez, foi feita em Sesimbra e o almoço, no parque de merendas junto ao castelo da vila. Em caminho para Santana, parámos no habitual café, para a bica e o gelado da ordem. Ritual cumprido, toca de meter á unha as coordenadas no GPS, e zarpar rumo a Azeitão. Aqui chegados, um olho no burro e outro na albarda, ou seja, um olho na estrada e outro na bússola do GPS, percebi que teria de escolher um caminho para a direita da EN10. Lá descobri uma estrada que vai dar a uma pequena povoação e da qual parte um caminho estreito, de terra batida, no sentido da localização da cache. Após uma pequena discussão com a Isabel, que era apologista de deixarmos o Jeep aqui estacionado e seguirmos a pé, o meu comodismo prevaleceu (estávamos a cerca de mil e tal metros da cache) e toca de enfiar o tractor caminho fora rumo ao objectivo. Passei pelo meio de umas vinhas, com as constantes observações da Isabel de que estávamos em terrenos particulares, enfiei por alguns entroncamentos sempre no rumo indicado para a caixinha mágica e lá fomos dar a um pinhal de onde avistámos, para a esquerda, as ruínas de uns moinhos de vento. Porque constatei que estava a curta distância do objectivo, não insisti em subir uns declives que me dariam acesso ao caminho para os moinhos, e estacionei o Jeep na sombra de um belo pinheiro. Meti a máquina fotográfica e a garrafa de água na mochila junto ao restante equipamento, fechei o carro e lá vamos os três, eu a Isabel e o Rui Diogo, à descoberta do tesouro. Como estávamos a curta distância do objectivo e o sol estava forte, fomos nas calmas, apreciando a paisagem. Chegados ao objectivo, o GPS começou a fazer das suas. Por mais voltas que desse a circundar o ponto de referência, os resultados obtidos não eram concludentes. Passámos a pente fino o arbustos que circundavam determinada árvore bem como os ramos mais baixos, e nada. Bem, pensámos nós, o título da cache deve ter algum sentido e, se aqui não está, só pode estar ali dentro. Acompanhado do Rui Diogo, a Isabel que não se estava a sentir muito bem com o calor que fazia, ficou à sombra da árvore, passámos o chão e os buracos mais baixos em revista sem nada encontrar. Face ao impasse em que nos encontrávamos, lá tratei de decifrar a ajuda adicional e percebi que a minha alcunha era “trepador”. Aqui, começaram os meus problemas com o Rui Diogo, que queria à viva força ser ele a descobrir a cache e ficou inconsolável quando se apercebeu que eu não o iria deixar escalar as paredes. Farto dos protestos do fedelho e danado da vida com a mãe natureza que, em matéria de altura, foi madrasta para comigo, lá arrastei os meus 160 cm, mal medidos, paredes acima em direcção a tudo quanto era buraco (mal eu sabia o que o dia ainda me reservava na cache “Hanging Gardens of Babylon”).
Foi uma questão de persistência, e de paciência com o Rui Diogo, até descobrir a cache, mas consegui.
O local e a paisagem circundantes, são lindos. Foi divertido e estimulante.
Orlando Rebelo, os nossos parabéns.
Carlos David, Isabel e Rui Diogo “Piranhas”.
Satisfeito com o sucesso na caçada em “Windmill,”, introduzi no GPS as coordenadas de “Hanging Gardens of Babylon” e toca marchar rumo à EN10. Desta feita, segui a direito, evitando assim circular por terrenos privados (as vinhas por onde acedi). Realmente para quem conhece o local tudo é mais fácil. O caminho escolhido foi curto e directo, e num instante estava na EN10.
Próximo a Setúbal, dado que o GPS indicava que a cache estava a curta distância, enfiei por uma estrada que me levou a curta distância do objectivo mas que era um beco sem saída. Decidi então ir até à entrada de Setúbal e na primeira rotunda, novo erro. Segui para Palmela e como a estrada, por motivo de obras está cortada, segui pelo desvio e andei no meio das vivendas até chegar à conclusão que por ali também não chegava ao parque das merendas referenciado. Enfiei-me por outras estradas que aparentemente me levariam à aproximação da cache, mas nada feito. Como quem tem boca vai a Roma, decidi perguntar a umas pessoas junto a um café qual o acesso ao parque das merendas junto aos conventos abandonados. Depois de várias tentativas lá cheguei à malfadada rotunda e percebi então que, na passagem anterior, não me apercebera daquele que era o acesso correcto. Na verdade, conduzir e, em simultâneo, observar o GPS, não é para todos, é só para alguns e eu ainda não pertenço a esse número. Lá cheguei ao parque de merendas e estacionei o Jeep num local à sombra. Como a Isabel ainda não estava bem, ficou no Jeep enquanto eu e o Rui Diogo nos metemos a caminho rumo às ruínas do primeiro convento. Chegar até lá não foi díficil. Depois de uma volta rápida para ver o local, decidi “inventar” e seguir o mais directo possível para o local da cache. Foi um erro que me valeu umas boas arranhadelas e, ao descer uma ribanceira, um valente trambolhão. Felizmente consegui proteger o GPS e a máquina fotográfica, que nunca larguei. Com os cotovelos e com os calções já não aconteceu o mesmo. Esperto foi o Rui Diogo que, face ao que viu, decidiu descer a ribanceira sentado. Nem digo como ficaram os calções dele, mas a verdade é que a Isabel quando os viu, não achou graça nenhuma. Refeito do susto, decidi deixar de inventar e tratei de procurar o trilho que nos levaria à entrada do segundo convento, o que até nem foi difícil. Pormenor curioso e engraçado foi ver a aplicação que o pessoal que utiliza o parque de merendas dá à conduta de água que, em diversos locais, atravessa o caminho; serve de frigorífico para refrescar as bebidas.
Chegados à entrada das ruínas, desliguei o GPS e iniciámos, sala por sala, a nossa caçada ao tesouro. Como nada encontrámos, decidi consultar a ajuda adicional, o que bastante me facilitou, pois fiquei a saber em que sala estava a cache. Fiquei igualmente a saber que, naquele dia, a minha sina, era trepar a paredes. Danado da vida, lá escalei a parede e fui espreitando, buraco a buraco, até onde a minha altura o permitia.
Para não estragar a caçada aos futuros visitantes, não entro em mais pormenores sobre o local. O Paulo Cardoso e todos quantos já descobriram esta cache, podem facilmente imaginar o que passou um indivíduo de 1,59 m de altura, cerca de 75 kg e com 57 anos, com a agravante de andar a procurar nos locais errados ou em locais só acessíveis a pessoas com mais de 1,80 m. Por esse facto, cheguei a descer para o solo e estive para desistir da caçada. Isso só não aconteceu porque detesto fracassar. Assim, voltei a ler a ajuda adicional e constatei um pormenor que me passara despercebido. Esse pormenor foi a chave do enigma. Não foi fácil, mas consegui. Agora que foi duro, foi.
Esta é uma das caçadas que nunca irei esquecer.
Pcardoso, os meus parabéns.
Carlos David e Rui Diogo “Piranhas”.
4 responses so far ↓
1 MAntunes // Aug 20, 2003 at 17:05
…e o pior é que perdeste 1cm entre a "Windmill" e a "Hanging Gardens Of Babylon! 😉
Adorei a história! Eu também andei "às silvas" na 2ª. Bom… mas eu já estou "viciado" 😉
2 Lobo Astuto // Aug 20, 2003 at 20:14
MAntunes, parece que já tens um seguidor err… pelo menos na parte das silvas! 🙂
3 MAntunes // Aug 21, 2003 at 07:20
que ele não me ia "desiludir" quando o "viciei" no Geocaching 😉
4 Rechena // Aug 21, 2003 at 08:50
afinal nao sou o unico a ter sofrido na Hanging Gardens of Babylon…
Leave a Comment