Arre! 

O que é um Novato? Quem é um novato? Ou mais simplesmente, quando se deixa de ser novato, seja lá isso o que for? 

Não sei. Já tenho visto novatos com 1 cache, 10 ou mais. Até eu por vezes ainda agora faço figuras de novato. Se calhar não há uma definição de pura de novato, há é diferentes idades. 

Ser novato é aquela figura que se faz quando se começa a procurar. Nem uma cache no activo, avolumar de “not founds” a maioria das vezes secretos. Baratino total em datuns, botões de GPS e características do jogo. Má escolha de caches, atiramos ao nome, á proximidade, á descrição. 

Ser novato é encontrar a primeira, por sorte, porque somos muitos, porque sim. Quando já pensávamos que isto era tudo uma fantochada, não há cá tamparueres em lado nenhum e caímos no conto do Jeremilas. Afinal já não vamos vender o GPS ao kilo e mandar umas bojardas no @pt. Agora é que vão ver como é. 

Ser novato é começar logo a imaginar duas dúzias de caches em locais maravilhosamente nossos, supremos e inigualáveis. Deixa cá só ver o que é preciso. E por falar nisso, o que é que é preciso? 

Ser novato é começar a mandar bitaites e propor ideias, alterações. Pedir coisas que não vemos. Encontrar coisa que já todos conhecem. Não perceber o que já todos entendemos. Mas não faz mal, afinal isto é de todos. Olhem lá… 

Ser novato é levar a mal uma resposta. Levar a mal uma falta de resposta. Não perceber a resposta. Querer a RESPOSTA! 

Ser novato é chegar ás 10, 20, 50 caches encontradas e ainda ficar todo retorcido porque há algumas que não colaboram e se recusam a submeter-se á crescente excelência. Chegar ao local e ficar sem perceber o que é que se procura, o que é que está lá, se é que está. 

Ser novato é colocar 1, 2 ou 10 caches e não termos os logs que queríamos. Mesmo que nunca os tenhamos feito. Ninguém deitar foguetes ou cantar hossanas. Ou pior ainda, por um defeitozito enorme que nos deita por terra as pretensões e o orgulho. Afinal que é que estes gajos querem? 

Ser novato é inventar no equipamento, inventar nos procedimentos, inventar na técnica. Todo o equipamento tem, pelo menos, um procedimento e nem sempre o procedimento do operador é o mesmo do equipamento. Alias, e por definição, são diferentes. Milagres? Não há. Equipamento miraculoso? Não há. Técnicas universais? Não há, deixem-se disso. 

Ser novato é querer distribuir o nosso conhecimento universalmente, substituir as más práticas e corrigir toda a gente. Se fosse eu não fazia assim. Alias, eu é que… 

Ser novato é partir á desfilada assim que se pode, quando se não pode ou mesmo quando não se devia. Querer ser o primeiro, o primeiro dos últimos, o ultimo dos primeiros. Querer ser. Não ter percebido ainda que o jogo é mesmo e só, querer ir. Mas nem sempre. 

Ser novato é não perceber que o jogo é connosco próprios. Com a nossa habilidade, perspicácia, manha, disponibilidade, querer e gosto. Não há competição com mais ninguém, senão com a cache. Até com as nossas próprias. Mais do que jogar com os outros, jogamos connosco. Primeiro. 

Ser novato é fazer sempre a mesma coisa, repetir propostas, fotocopiar soluções, abordar sempre da mesma maneira, usar sempre a mesma direcção, a mesma velocidade. A mesma. Sempre.   

Ser novato é ir acumulando founds, not founds, notes, sem objectivo e sem prazo. Acabar por ser atropelado pela certeza de que já nada nos pode surpreender. Não ficar surpreso por nada. Ou fazer gala nisso. 

Ser novato é não ser bem nem mau, é estar no meio, mirar os tipos de cima, ignorar os tipos de baixo e olhar á volta com ar de enjoo. 

Ser novato é olhar para o GPS, para os logs, para os companheiros e guardar tudo. Afinal BTT, parapente, escalada, espeleologia, mergulho, engate, futebol, orientação, ioga ou sardinhadas é que é. 

Moços, somos todos novatos. Só que em alguns, nota-se mais.