Caches carregadas no GPS. Chave do carro na bolsa de pulso. Sapatilhas de orientação.
Mochila de trail-running às costas (damn!, está apertada. Devo estar a ganhar uns quilitos). Água. 2 barras. Alicate. GPS ligado. A cache é para ali. Um olhar para o horizonte, a avaliar o chumbo das nuvens no ar, e o verde que se estende à minha frente.
Um último sopro profundo de ar para dentro dos pulmões. Um passo. Outro. E começo a correr.
Há muito tempo que tinha algo deste género na minha to-do list. Voltar a uma manhã de run & cache. Fazer um percurso de alguns quilómetros, a correr, orientando-me entre as caches da área. Big fun! Para este fim-de-semana, o que estava marcado era o powertrail das arribas da Fonte da Telha, o”Pela Falésia até à Lagoa”. 14 kms (ir e vir) de pura diversão a correr e a cachar pelo meio da floresta, ao melhor estilo de um treino de orientação.
No fundo, é a associação entre um dos meus vícios (correr – mas que ninguém pense que corro muito, não é verdade) com a maravilha da descoberta de pequenos “tesouros”.
Tem a vantagem de poder ser feito em qualquer lugar onde se possa correr e existam caches – incluindo num Domingo de manhãzinha em Lisboa, o que é uma excelente maneira de conhecer e perceber um pouco melhor da geografia da cidade (como o Torgut diz neste post –http://papacaches.wordpress.com/2010/08/25/espacos/ ). Outra hipótese, é escolher um powertrail e segui-lo – tem a vantagem do encadeamento das
caches, e de estarem todas relativamente próximas. E é capaz de ser a melhor forma de fazer um powertrail – na minha opinião, claro!
O que é preciso? Na realidade, não é preciso muita coisa – sapatilhas de corrida, o GPS e vontade de correr e cachar bastam. Como, desta vez, fui para o meio do mato, acabei por levar também um cantil de água (estimei mal a quantidade – regressei com ele quase cheio, o que não é muito bom por causa do peso…), barras (para o caso de me dar a fraqueza lá pelo meio) e o meu alicate ‘todo-o-terreno’ (ainda não sei exactamente bem para quê, mas tenho a mania que me pode dar jeito – na realidade, acho que só contribui para um incremento do peso que as minhas pernas têm que suportar), tudo dentro de uma mochila mínima e justa de trail.
Depois, depois é aproveitar! Este Domingo aproveitei o ar fresco do pinhal junto ao mar, as vistas fabulosas do alto da falésia, com uma amplitude do Cabo Espichel ao Cabo da Roca, o prazer de saltar por cima de arbustos que se atravessavam no caminho, a escolha do melhor trilho para ir na direcção da cache, o ‘sabor’ da areia a ser pisada pelos meus passos (e sim, já não me lembrava de como é ‘pesado’ correr na areia).
Também gozei do prazer de umas molhas descomunais e de um ar-fresco-demasiado-fresco para a t-shirt que levava vestida – mas nem tudo pode correr bem!
E, não fiz o powertrail todo – uma sequência de bátegas violentas no horizonte, o frio (no fundo, a má preparação) levaram-me a abandonar a ideia. A grande vantagem, é que ele (incluindo os meus DNFs) continua lá para que volte para mais uma sessão!
4 responses so far ↓
1 btt // Feb 9, 2011 at 09:13
A propósito da cache (GC2GZGT) Aventura no Jamor (que fizemos em cache and run) o Estádio Nacional do Jamor é um local fabuloso para esta actividade.
2 lynxpardinus // Feb 9, 2011 at 14:23
Muito bem lembrado! Ainda por cima, tenho os mapas de orientação!!!
3 zephex // Jul 29, 2013 at 14:51
impecável!! é mesmo isto que eu gosto de fazer!
é pena não seres aqui da região do Porto…
cumps.
zephex
4 lynxpardinus // Jul 30, 2013 at 11:09
Mas olha que já há uns tempos que não faço – tenho que recomeçar!
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