Este log ganhou, ex aequo, o concurso de melhores logs de Janeiro de 2013.
Depois do 1º log atabalhoado, eis o log final. Peço desculpa não ter saído logo bem à 1ª mas depois de lerem o log final abaixo talvez me compreendam.
Foi com um certo receio que, confesso, abordei este local sozinho. O nome não inspirava confiança, e a visão das ruínas não ajudou.
Ganhei coragem, respirei fundo e saí do carro. Dirigi-me às escadas pois pareceu-me um local interessante por onde entrar na ruína, enquanto pelo canto do olho vi passar um ciclista na estrada. Espero que ninguém me veja…
– Heeeeii! Heeeii! – Começou o ciclista a berrar enquanto em fingida indiferença, apressava o passo e me esgueirava para dentro da casa.
– Fui apanhado!! … Que faço eu agora? Escondo-me? Fujo? … Isto começa mal! – Dizia eu para mim enquanto os meus sentidos me diziam para fugir deambulando pela casa entre os destroços de quarto em quarto. Nisto pisei a tijoleira verde e num décimo de segundo estava todo junto no chão!
Caí bem e o iPhone sobreviveu graças a uma capa, mas a situação não me ajudou a me acalmar.
Entretanto lá fora o rapaz tinha deixado de berrar. Arranjei coragem e olhei por uma janela. – Nada, desapareceu.
Na minha imaginação poderiam estar agora a entrar por ali dentro atrás de mim, e eu sem uma desculpa para me justificar.
Sentia que havia algo de errado no ar. Rodeado de papéis, dossiers, facturas, fichas dos empregados, tudo revirado como se um poltergeist tivesse passado por ali.
O medo irracional não me estava a ajudar. Precisava de uma desculpa credível! Alem disso ninguém sabia que eu estava ali. Ninguém!
Finalmente, respirei fundo e recompús-me. – É melhor que isto acabe bem, portanto é melhor descobrires a cache depressa e bazar dali para fora. – Isto enquanto imaginava o carro da GNR lá fora com o rapaz a apontar para mim – Ele foi por ali!
Outra olhada por outra janela deixou-me mais tranquilo. Não havia sinais do rapaz nem da GNR. – É melhor acabar com isto!
Saí pelas traseiras entre grafitis e mais destroços, e num instante o iPhone sobrevivente estava a apontar para o zero.
A entrada do túnel reavivou-me os receios. Ninguém sabia que eu estava ali e eu ia desaparecer por um escuro túnel adentro…
Felizmente não apresentou perigo e a cache foi fácil de encontrar. – Alguma coisa que corra bem!
Pouco depois foi com passo alargado que saí das instalações pelo portão principal. Nem o log online fiz. Não ia esperar pela GNR e o rapaz da bicicleta. – Não quero saber, foi um bom Found e agora quero sair daqui!
Da minha mente queria apagar as fotografias envelhecidas dos empregados. Aqueles jovens pálidos e impávidos, como fantasmas de outrora, que num último acto de revolta, seus fantasmas se ergueram em uníssono e num aterrador poltergeist espalharam a documentação pelos corredores fora.
OPC
PS: Passou-se mesmo assim
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