Um domingo no Centro…

- 2005/04/14

Bom isto de levantar às cinco da manhã a um Domingo, para percorrer umas centenas de quilómetros, só mesmo para fazer Geocaching.

Desta vez conseguimos arrastar connosco um “geoateu”, o Luís Mendes, que depois de grandes conversas lá conseguimos “enganar”. Não que o geocaching fosse novidade para ele, porque já o tinha-mos arrastado connosco quando colocámos as caches nas Linhas de Torres. “… – Ah e tal eu gostava era de ir à procura de uma cache, e tal…”, “… pimba, já está. Vamos levar o gajo à Epigenia do Ceira…”, estão a ver o nosso sorrizinho malandro… O rapaz vai ter cá um baptismo…

Seis em ponto e lá estávamos nós a arrancar. Pequeno almoço pelo caminho, tinha-mos combinado parar em Cabaços a meio do caminho da Senhora da Candosa, mas qual quê, estava tudo fechado, e para “matar o bicho”, tarefa que estava quase a transformar-se numa cache virtual que só ficou resolvida quando tivemos de fazer um desvio devido a obras na estrada por onde seguia-mos, lá demos com um café aberto.

Depois de repostas convenientemente as reservas energéticas avançámos para a Epigenia do Ceira. Seguimos a sugestão da descrição da cache e fomos confrontados com a paisagem do miradouro da Senhora da Candosa  ficámos deslumbrados com o cenário que nos era oferecido pelo traçado rasgado na rocha pelo serpentear do rio.
Fotos da praxe, e ala que se faz tarde direitinhos ao local da coordenada.

Não vos descrevo em pormenor o local para não vos retirar o prazer que tivemos quando chegámos ao local, simplesmente estrondoso.
A cache está mesmo à maneira, principalmente a parte do túnel que aconselhamos a percorrerem. Já lá estava uma “ferramenta” auxiliar que deu muito jeito, e mais não digo para não estragar o vosso passeio quando lá forem.

Log feito e regresso pelo mesmo caminho, (algo que já aprendemos, embora a muito custo, a nossa exploração em Half a Moutain, gravou-se na nossa memória, depois de termos subido pela pedreira e descido por outro lado em linha recta, que nos levou mais do dobro do tempo, calças rasgadas, saltos em comprimento, extensão e queda no meio de vegetação serrada).

Depois desta maravilhosa experiência, constatámos outro facto também curioso do Geocaching, – O caminho mais curto entre dois pontos não é uma linha recta – a cache OuohhmmmOuohhmmmm que era já ali, revelou-se mais longínqua por causa do serpentear das estradas da Serra, mas depois tudo se compõem quando encontramos o local da primeira micro e o jogo recomeça.

Esta cache está muito bem estruturada (“trabalhinho profissional”), muito bem concebida e a tarefa final da cache deixa o pessoal a pensar um bocadinho, não antes sem nos virem há memória outras caches dos 2 Cotas e alguém exclamar -…Epá isto é do 2 Cotas procurem por coisas estranhas… Só espero que tenhamos percebido a mensagem e que a nossa foto retrate o objectivo da tarefa final.

Já havia rumores estomacais, mas o bichinho da caçada ainda era mais forte do que a fome e lá fomos nós direitos a Amoisinho, Aíaí…estou que nem posso. Por acaso entrámos na estrada certa para chegar à cache e apesar dos avisos e com a ajuda do Luís que conhece toda aquela zona entramos em Amoisinho e de facto o cenário é tal e qual o descrito na cache. O progresso ainda vem longe, no entanto já se notam algumas mudanças, mas as casas em pedra e toda a envolvência da localidade deixam  um tipo da cidade boquiaberto pela beleza do local.

A cache está para ali, …não pode… não é mesmo para ali. Finalmente de-mos com ela e percebemos a dica das ferramentas, invólucro muito original, mas ainda não percebemos porque é que o conteúdo estava todo húmido, e pareceu-nos que até a tampa vedava bem, não tinha-mos a noção do tamanho da cache e não pudemos substituir o logbook que esta um bocado embolorado, e devido à humidade não permite grandes escritas.

Após isto então sim, hora dos morfos, piquenicámos numa barragem em Vilar, sitio que nos impressionou pela cota mesmo muito baixa do nível da água.
O local tem excelentes condições para fazer um piquenique, mesas em granito, sitio para fazer lume, água canalizada, local para depositar lixo, em suma bom sitio para uma patuscada.
Depois da refeição ainda houve tempo para explorar as ruínas de uma aldeia que ficou submersa pelas águas da barragem. Estão perfeitamente conservados vários muros e algumas paredes de casas e houve um em particular que despertou a atenção e que está em muito bom estado de conservação e que me pareceu uma espécie de forno colectivo.
Só faltava um café e isso foi resolvido em Amoreira, num daqueles cafés de aldeia e que nos surpreende com a quantidade de artigos à venda para além dos normais de um café.

Outra cache que estava na calha para a nossa deslocação era a Água e o Gelo, onde perdemos algum tempo para ir de Amoreira para Coentral, porque enveredamos por um atalho que nos levou algum tempo a percorrer porque a estrada estava em péssimo estado e fizemos uns quantos quilómetros mesmo muito devagar e a serpentear entre buracos, buraquinhos e crateras, mas lá chegamos a Coentral sem perder o resguardo do carter do VW Bora. Ainda não tinha, porém acabado o sofrimento do cachemobil, pois mais um percurso manhoso era preciso fazer. O local da micro está num lugar que tem uma paisagem bem vistosa, e gostámos de conhecer a história dos primórdios dos frigoríficos portugueses. Não deixa de nos impressionar o trabalho que dava fazer chegar gelo a Lisboa noutras eras.
Mas o melhor estava para vir a parte final da cache deixou-nos realmente maravilhados, as cascatas de águas límpidas e a beleza do locar foi deveras uma agradável surpresa.
Não queria deixar de referir um aviso a quem visitar o local, não facilitem, uma pequena distracção e pode acontecer um acidente com maior ou menor gravidade.
Já depois de termos feito o log da cache ao regressar ao carro, houve uma escorregadela numa rocha, uns passitos de ballet, noutra rocha, mais uma cena de equilibrismo e pimba… homem ao mar… ou melhor geocacher na ribeira. Após muda de roupa, uma torcedela de calças para tirar a maior parte da água e verificada a ausência de mazelas, tirando o orgulho ferido do “geomergulhador”, isto tudo regado com umas gargalhadas valentes daquelas que até fazem doer os abdominais, rumamos ao carro e depois de verificarmos as horas e decidirmos que não iria-mos a Louzan. Estava-mos ali tão perto…

Desculpem lá a extensão da prosa, mas foi um dia mesmo bem passado que não queria deixar de testemunhar as maravilhas que o geocaching nos proporciona.

3 responses so far ↓

  • 1 portelada // Apr 15, 2005 at 00:50

    haaa grande dias de geocaching …..  essa do amiosonho continua entalada na garganta !!!!

  • 2 2 Cotas // Apr 15, 2005 at 10:16

    Eu a fazer tudo para lhes dificultar a existencia e eles a encherem-me de piropos!

    Rázparta…

    Abraços
    PS: tkx
    PSD: Vês Portelada, vês! Só te apeteceu pores o coisinho de molho, nada de procurar a cache como deve de ser e depois… eu é que tenho a culpa!

  • 3 lamas // Apr 15, 2005 at 16:29

    Não são nada piropos, as caches estão mesmo uma grandapinta…

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