Oilá!
Não sei a data em que me inscrevi aqui, nem no Geo.com, nem me lembro na data em que participei pela primeira vez na Lista. Mas não faz mal, já cá ando há uns tempitos e se thews, o GPS e a maria quiser ainda vão ter de levar comigo durante as próximas semanas…
A primeira vez que soube do geocaching foi num passeio de motas. Fartei-me de dizer mal, mas aconteceu-me como o peixe. Passado uns tempos estava a melgar as lojas todas. Acabei a comprar o meu actual GPS, o melhor em relação preço/tamanho. Gasta pilhas que nem um cavalo, é maior que um tijolo dos médios e pesa demais. Mas ainda vai onde eu o mando. Quer dizer… é mais ao contrario! Ainda me lembro da seca que dei ao pobre do Manel em Sintra, demoramos 3 horas para fazer 600 metros, mas era o caminho mais curto.
Achei que 6 pilhas novas era abuso, de maneira que comprei logo pilhas recarregáveis. Mas não fazia a mínima ideia de que tinha lá uma opção para dizer ao aparelhometro que as pilhas não eram alcalinas. Resultado: aquilo indicava carga completa até desligar! E como já devem estar a imaginar era sempre nas alturas mais inconvenientes, invariavelmente a 20 metros da cache, quando tinha convidado 3 ou 4 manfios e no alto de nenhures. Comprei mais pilhas, regulei o aparelho e arranjei uma tranca á laia de livro de reclamações.
Em certa altura descobri a piada de fazer caches num lado qualquer. As celebres Locationless. Caiu o Carmo e Trindade. Ainda hoje me seringam o bichinho do ouvido.
Aquilo até era um exercício engraçado, no meio do caminho para um lado qualquer via qualquer coisa que dava para logar e ai ia eu. Normalmente demorava mais tempo a explicar á maria qual era piada de fazer aquilo do que a fazê-lo. Cansei-me de tanta explicação. Quando me lembro ainda faço uma ou outra. Até andei com vontade de pôr umas quantas, mas os tipos resolveram fechar a loja e agora arranjaram uma coisa sem piada nenhuma para substituir aquilo.
Cedo me deu a vontade de plantar caches. É uma parvoeira que dá cedo e tem tendência a passar depressa. A minha passou quando descobri que as tinha posto a uma distância inconveniente para fazer a manutenção. Mas tem outras características únicas. Como são longe, longíssimo, ninguém lá vai. Resolvi começar a pô-las ao pé de casa. Tão ao pé, tão ao pé que nem era preciso sair de casa para fazer a manutenção.
Nesta altura aprendi uma regra de ouro, quanto mais longe tens a cache mais vezes tens tipos aos gritos a dizer que não está lá, desapareceu. Nem é uma questão de números ou de tamanho. É mesmo de distância. Tenho uma cache que mal se vê e é ao pé de casa. Nunca tive um NF. As minhas caches mais longe, grandes, em sítios quase óbvios e perfeitamente descampados, para cada found tenho em média 2 NF. È mania.
Mas aprendi, já que querem assim, faço-vos a vontade. Querem not founds? Também se arranjam. Querem coisas diferentes? Vieram bater a boa porta. Gostam de sofrer? Olha que bom… Deixem-se estar sentados que ainda tenho algumas ideias em carteira. Enquanto houver GPS e… (ia a dizer taparuéres, mas não é bem isso. Adiante.). Dizia eu, enquanto houver GPS estão garantidos. Depois? Vai mesmo sem GPS!
Cada vez que as caches disponíveis passam mais uma centena, fica tudo doido, desatam aos comprimentos e aos abraços. Ainda não perceberam que quantas mais houver, mais há para fazer. Assim não damos conta do recado. Andamos sempre com a tarefa para lá da deadline. Em termos de produtividade é o descalabro. Tenho uma média de uma cache feita por semana, ainda me faltam quase 300, tenho trabalho para 4 anos. SE NÃO PUSEREM MAIS NENHUMA ENTRETANTO.
E se não tiver muitos NF. Nunca tiveram vontade de fuzilar a cachita quando não a encontram, nem ao fim de horas de rebuliço? Assim tipo bater-lhe com uma pedra até ela aparecer. Ou gritar-lhe tanto que ela pede socorro. Ou dar-lhe tantos pontapés que passa ao tamanho abaixo. Ou enterrar os interiores metros e metros distanciados uns dos outros. A mim dá. Mas passa logo que descubro aquela coisa e deixo de conversar telepaticamente com os progenitores do onwer. Passo os papeluchos á maria, e dedico-me á pirataria. O que normalmente envolve mais conversa telepática.
Outra coisa interessante. Interiores. Prendas. Aquelas coisas que existem dentro das caches e que não são papel. Já se aperceberam bem do que aparece dentro das caches? Já perderam tempo a ver o conteúdo de algumas? Já me aconteceu entornar a coisa e depois não ser capaz de saber o que lá estava dentro. Normal é não ser capaz de voltar por tudo lá dentro. Mas eu falo em olhar para o chão e só ser capaz de descobrir o lápis e os papeis. Ou então aquilo estar cheio de papeluchos que voam assim que se abre a caixa e nunca mais são vistos. Francamente…
Mas gosto disto. Tem piada. As caches, que vocês não tem piada nenhuma!
7 responses so far ↓
1 Jose Adonis // Sep 23, 2005 at 14:59
E eu que só comecei na semana passada!!! Depois deste testamento, não sei se fiquei mais incentivado ou se vou desistir já. Provavelmente a segunda, que com o atraso que levo em visitas aos maravilhosos locais por aí espalhados, nunca mais me liberto do trauma de "ainda não vi aquela deslumbrante paisagem (supostamente ali ao virar da esquina) que o owner anuncia". Parando agora, evito isso, não chego à parte da agricultura cachal, poupo em inúmeros itens, a esposa inviesa ligeiramente menos os olhos, etc., etc., etc..
Dessa forma, desde já o meu agradecimento por esta tão particular chamada de atenção para a periclitância do geocaching, suas implicações e riscos associados. Obrigado.
PS – Não escrevo mais porque tenho de ir "logar" mais duas resultantes das actividades da noite passada – sou um noctigavo – e tenho de meter no télélé as coordenadas de mais duas que da 1ª vez ficaram NF.
2 btrodrigues // Sep 23, 2005 at 16:46
enfim. palavras para quê? meio 2cotas no seu melhor.
continua a escrever, pá. e a esconder caches. e a atazanar o juízo ao pessoal.
3 zoom_bee // Sep 23, 2005 at 23:21
http://geocaching-pt.net/287
4 vsergio // Sep 25, 2005 at 00:23
Em vez de escrever tanto, porque não escondeste mais uma meia dúzia delas entretanto?
Gosto delas (3 of 10).
… e eu? em vez de tar para aqui a ler tanto porque não tou a procurar mais uma dúzia delas?
GeoAbraço
5 danieloliveira // Sep 27, 2005 at 08:58
When I came into GC, D already had a reputation. This reputation was on several levels, which I will try summarise.
1-A wicked sense of humour that I particularly liked and like!
2-A caching sense of creating the weirdest caches around. For those who went to the geochurrascada in Montemor, you will know what I mean.
3-A particularly badhabitofwritingeverythingstucktogether that meant you had to have a dictionary to understand what he was trying to say.
Nevertheless, I am glad this little bit of craziness is around us in this game. If it weren»t we would all be a little more stuck up and be the worse for it.
Keep going and never change! 🙂
6 mca // Sep 29, 2005 at 22:37
Sim tás gordo… mas não era disso que eu estava a falar….
de facto o Diamantino é um geocacher muito especial. Para além de ser teimoso que nem uma porta, bem disposto a potes, imaginativo até dizer CHEGA, ele é também um bom amigo e um excelente companheiro de caçada…
Pela minha parte tenho a agradecer-lhe não só os bons momentos que me proporcionou em termos de caçadas às suas caches, mas também os divertidos convívios e ainda a maluquice suficiente para alinhar nos meus convites (estou a lembrar-me da Despedida de Solteiro Geocaching All Night Long no ano passado).
Diamantino, és uma PEDRA! Continua assim que nós gostamos… tu pensas que és maluco mas mais malucos somos nós que te aturamos e….. gostamos!
abraço
MCA
7 2 Cotas // Sep 30, 2005 at 15:13
Não era para transformar isto numa fila de cumprimentos, se bem que me saibam bem e ache que estão a ser modestos, mas então façam lá isso completo, moços! Ainda faltam muitos…
;))
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