E ele a dar-lhe…

2 Cotas - 2007/07/02

BT “dixit” – caches com gaitinhas fazem-lhe comichão.

 Estava já com o dedito a fugir para o lado da avacalhação, quando me decidi a considerar que a “maria” dele não é para aqui chamada (além disso é daquelas que olha para dentro da cabeça das pessoas… Spooky!)  Isso e a vontade de escrever qualquer coisa mais séria deram nisto:

Volta e meia vem alguém mandar umas postas de pescada. Não que me chateiem as pescadas, se bem que eu prefira peixe mais colorido, isto é não tão branco. Mas, (estou-me a repetir…), sempre achei piada à diferença entre as citadinas e as outras...

Por uma questão de todos podermos falar das mesmas coisas, as outras são as caches de procurar o ponto e encontrar a cachita. Quando muito olhar para uma parede, fazer contas de sumir, procurar qualquer caixita intermédia e partir para a próxima. Por exclusão de partes, citadinas são as outras todas. Gaitinhas, puzzles e demais abardinamentos, incluindo cu no ar no Rossio, Chiado ou Terreiro do Paço. Indo um pouco mais longe, citadina é, por exemplo, procurar uma coisa que o nosso companheiro Manel apelidou de “não sei muito bem o que procuro”, tendo 20 pares de olhos, dois cães, o S.Bernardo e um poodle à janela, um jipe e uma roulote a partilhar o GZ e todas as variantes manhosas que possam pensar.

Nesta coisa das manhosices tenho, por direito próprio e porque sim, alguns créditos. Por isso, e porque não tenho nada que fazer de momento, deu-me a tiporreia. Aguentem-se. As caches manhosas, maradas, puzlicas, gaitinhosas ou mais prosaicamente consideradas citadinas devem existir? Em absoluto, sim. E não só para contentar os mais adeptos das democracias taparuéricas.

E porquê? Perguntam vocês…O core business do geocaching é uma coisa tão simples como o binómio gps/taparuere. Tudo o mais são cenários, addons, pinchavelhos, penduricalhos. Isto faz-me lembrar a velha questão do: “porque é que olhas para a vizinha se a tua é melhor e levas com a frigideira nas ventas quando chegares a casa?” A versão geocachiana é mais ou menos assim, se é o suficiente um pataruere e eventualmente um saquelho manhoso (desculpa, mas não resisti!), porquê complicar?

Cá para mim a questão é simples tem a ver com a cena dos “not about the numbers”. Isto é um jogo (já dei para o peditório do jogo/actividade de bláblá, poupem-me!), e como no jogo cabem todas as vertentes jogáveis, a principal das quais é o aspecto lúdico da coisa (acho que me baralhei…). Convenhamos que isto não tinha nem um centésimo da piada se as caches fossem todas monocórdicas. Adiciona à variedade, ao colorido e à piada.

Obviamente que há abusos, quer sob a forma de aceitável, quer sob a forma de “já estão a abusar”. Ou então: “até que nem está mal pensado” até: “F…., outra!”.  

Mesmo assim, cá por mim só me começa a cheirar a azedo quando a coisa entre no reino da fotocópia. Um tem piada, duas já é parvoeira. Por outro lado, nem sequer é original. Reparem na piada de passar um dia inteiro a subir e a descer cocurutos de montes e ver vistas num sitio ventoso, por norma cheio de pedras sob as quais se esconde, vejam lá, um traparuere. Serão estas melhores que mais um puzzle? Podemos trocar a qualidade por umas fotos?São os puzzles criticáveis? São as vistas recomendáveis? São os montes todos iguais? São as gaitinhas o objectivo final? O vosso não sei. O meu não é!

Procuro caches porque posso sair de Lisboa e passear. Gosto de passear e andar por esse país fora que não deixa de me surpreender. Gosto de sair de casa de manhã (bem, encarem isso em sentido lato…), levar uma lata de atum, um papo-seco, uma bejeca e um pêssego (pêssega, que ainda esta ali para as curvas), e ter como desculpa um saco de plástico debaixo de uma pedra num sítio qualquer desconhecido, onde não iria e provavelmente não irei mais. É isso que faz a delícia dos 2 Cotas.

É isso que me faz correr, mesmo que por vezes a po’’a da caixelha não colabore ou esteja a chover picaretas. Provavelmente é por isso que não tenho muitos DNF, se me lixou uma vez não me lixa mais. Provavelmente é por isso que tenho Founds em tudo quanto é Portugal e onde não tenho, irei ter, haja thews. Para isso também contribui, e muito, a escolha de caches que faço.

Acho piada aos que andam a correr feitos doidos a ver se chegam ao fim. Quanto mais houver mais eu posso ir a um sítio e escolher as que me apetece fazer. Fazer todas? Quéláçaber! Nascem que nem cogumelos. Não há quem lhes ponha cobro. Encontro uma, quando vou fazer o log já há mais 3 dúzias. Parecem coelhos. Já deve haver caches em geração espontânea.  

Voltando à qualidade: Nem me preocupa muito saber se há caches que são uma bosta. Ou mesmo sendo tão más, que sejam equivalentes a uma diarreia. O que eu mais gosto é que entre essas que vão aparecendo a maioria ainda seja, ou aparente ser, de boa qualidade. Mesmo que algumas não tenha intenção de fazer. Já tenho quase 400, na lista do “TUDU” estão praí umas 500, portanto quem de 1200 tira 900 ficam 300! Assim grosso modo, ¼ das caches existentes são acastanhadas. Até que nem estamos nada mal, deixem-se lá de más disposições. Podia ser bem pior. No estrangeiro (finório este termo), só conheço as da Galiza e olhem que o índice lá pareceu-me ser um pouco mais… como direi… E pelo que eu tenho ouvido de outros companheiros, “tudo” afina pelo mesmo padrão.  

Que fazer com essas mais… como direi…? Podemos fuzilar os owners. Espécie de gentalha pouco colaborante em termos qualitativos, como parece ser a opinião de alguns. Já pensei nisso, mas como gosto muito de me esticar quando invento, um dia destes ainda ficava debaixo da alçada de algum mais interventivo. Obrigada, mas já me chega o moçoilo das alcagoitas.

Podíamos ignorar-lhe as caches. Mas essa acaba por ser a sorte do puzzlista, acabar a rezar para que pelo menos uma vez por ano alguém se digne tentar, não é preciso encontrar, tentar só, plizzzze! Se o espectro de ter uma só tentativa anual não impede a malta de inventar no inventanço, também não é por aí.

Podemos pôr toda a gente a dizer asneiras sobre caches maradas. Assim o bom do homem ficava de tal maneira envolto em má onda que as caches, o saldo bancário e a virilidade, encarquilhavam e ele morria de inacção. Pois podíamos. A bem dizer é mais ou menos isso que se passa, salvo as devidas distâncias em relação a alguns encarquilhamentos, e o resultado é mais ou menos nulo. Só se salva o ruído e a poluição. Também não me parece solução.

Se não há solução e se o problema até nem existe, porque chatearem-se? Deixem-se disso. Há caches para todos os gostos. Não gosto? Não faço! Não gostam? Não vão! Agora o que eu acho essencial é que gostem quando vão. A cache não presta? E o sitio? O sítio não presta? E o passeio? O passeio não presta? E o almoço? O almoço não presta? Fonix páh, e se mudasses de mão?  

A coisa é mesmo e só para nos divertirmos, mas pelos comentários de alguns, parece que nem por isso. Arre. Quando a televisão não presta, não vale a pena queixarem-se do comando.

 

Cambada…  Desculpem lá ter prometido que escrevia qualquer coisa mais séria no princípio do texto, esqueci-me. CoolCoolCoolCoolCoolCoolCoolCoolCoolCoolCoolCool   

2 responses so far ↓

  • 1 vsergio // Jul 3, 2007 at 15:07

    Basicamente é isso. Mas também acho que a malta não se chateia assim tanto. É mesmo para fazer barulho e dar nas vistas. ;D
    A malta adora isto e pronto.
    Agora… realmente não há é obrigatoriedade de ir a todas, ou há?
    Dibirtam-se!

  • 2 prodrive // Jul 3, 2007 at 15:26

    Nós vamos a todas, porque sim. Não temos a capacidade de saber se uma cache é manhosa antes de a visitar.

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