Assalto ao Rio Poio

ct2jzr - 2010/05/19

Desafiados pelo OverdoseNesquik, um grupo de pessoas começava a juntar-se. Tentei até à ultima resistir à tentação de embarcar nesta aventura… no dia do GeoCimbalino foi quase o tema principal dos primeiros que chegaram e é impossível resistir à tentação desta loucura de enfrentar as 5 estrelas de dificuldade. Quando cheguei a casa fui pesquisar umas imagens para perceber o que nos esperava… e bem… “é melhor mandar uma mensagem a dizer que preciso de ir também!”

Na noite que antecedeu esta aventura, deitei-me tarde e as poucas horas que estive na cama, foi a virar-me de um lado para outro, pois o formigueiro da viagem não me deixava adormecer! Já deve ter acontecido com muitos de vocês… quando consigo finalmente entrar num sono descansado… o despertador toca e ‘bora lá atacar o Rio!

O percurso Porto-Poio faz-se a falar em caches e mais caches… os 100km pareceram poucos para tanta conversa. Somos os primeiros a chegar ao local e com receio que a chuva do dia anterior tivesse afastado os menos convencidos… Mas em pouco tempo, a aldeia quase deserta passa a um engarrafamento de geocachers que começam a bater as botas na estrada em pulgas para o ataque! Ao Ataque

A paisagem inicial prometia… Avançámos para o rio e mal pisei o primeiro calhau na água pimba… pé na água… e a água a entrar toda pelo cano da bota. Como já vinha a contar com estes pequenos incidentes… troca a mudar a meia. Felizmente, foi a primeira e única vez que entrei com o pé na água. Aprendi a lição rápido! Mas o caminho prometia peripécias para todos… nada que o espírito de grupo não ajudasse a ultrapassar.

Já com a cache no Ponto 1 na mão, a dificuldade foi fazer o log, pois perceber se estão todos no logbook, com um grupo tão grande é complicado… Avançámos aos saltos para o ponto #2.

A “fortaleza” é um elemento que parece estar fora desta paisagem e que lhe dá mais encanto. A vista deste ponto é fantástica. Uma pequena paragem para abastecer energias e usufruir desta oferta da natureza. Parece uma paragem no tempo onde é possível observar vários geocachers, de pedra em pedra, a tentar o melhor caminho sem cair na água.

Ainda há pouco tínhamos começado e as costas já começavam a dar sinal dos impactos dos saltos pelas pedras, do peso da mochila. Sem dúvida, este percurso é um teste às capacidades de qualquer um.

Fomos bafejados pelo bom tempo, a vontade do santinho lá de cima para nos ver aos pinotes neste paraíso era muita! Não aconselho a abordagem a estas caches com chuva! As peripécias para passar certos obstáculos secos não dão vontade de os conhecer molhados!

A cascataAlguns locais dão vontade de vestir os calções que vinham na mochila e mergulhar, mas o frio é muito e a energia é necessária para a caminhada…mas uma visita das caches 1 à 6 no Verão deve ser fantástica e com o rio com menos água, bem mais simples. O grande desafio nessa altura do ano será o calor.

Em alguns pontos dá para pensar: “no que me fui meter!”. 200 metros parecem 2000, mas em cada 20 explora-se um recanto fantástico da natureza. Esta visita a esta obra prima da mãe natureza ultrapassa todas as dificuldades e o grupo fantástico de geocachers, inicialmente desconhecidos, é energia pura para avançarmos nesta aventura.

Quando aguardava por uma opinião mais experiente do melhor caminho para alguns obstáculos impostos pelo rio e pelas grandes cascatas… pensava: “eu vou por ali?”, cheio de vertigens… mas a verdade é que sempre que fazia o caminho parecia sempre mais fácil do que eu o imaginara.
Mais um suplemento de açúcar, uma golada de água e há que seguir este bailado no rio Poio. Todos os geocachers nesta altura começavam a ganhar confiança e saltitavam de rocha em rocha. As imagens de quando se aguardava pelo grupo eram sempre espectaculares. Uma bela imagem do geocaching em pleno desfrute do meio natural.Ao longo do rio

Chegados ao Ponto #6, estávamos perante um excelente local para almoçar mesmo que o cansaço nos tire a fome. Nestas coordenadas recuperaram-se todas as energias necessárias para regressar ao ponto de partida e para a vida stressante do quotidiano urbano.
Dá vontade de não sair dali! Sem dúvida, um dos locais mais bonitos onde estive para guardar na memória.
Tempo para se ver umas coins e trocar trackables.
Uma fotografia de todos com um pano de fundo fantástico.
Tarde com mais peripécias…

…ponto #8

Estávamos com vontade de fazer todas as caches deste rio bonito, mas cheio de obstáculos… Quando chegámos ao ponto de partida para as últimas 3, perdemos um bom bocado até encontrarmos um bom caminho. A oferta parece imensa, mas todos os caminhos sugerem plena aventura cheia de obstáculos. Muitas das vezes, há que fazer o caminho de volta e tentar novamente.
Um geocacher grita “o caminho por aqui é fácil !”(antes fosse o found it!)… de fácil não tinha nada… mas já não havia muito tempo para indecisões. Há que enfrentar de uma vez este desafio! Não acreditamos que existam umas escadas rolantes para estas caches… mas se as tivéssemos explorado de manhã frescos talvez fosse mais indicado…

A descida perto de um ribeiro não parecia ter fim, mas o barulho da água a correr é um elemento Zen… embora o cansaço das pernas não desse para pensar em mais nada!

Chegados ao rio, o primeiro grande desafio estava conseguido… o mais complicado agora, era chegar à cache… subimos à outra margem, pois avançar pelo rio parecia impossível. Este cenário faz as caches da manhã parecerem fáceis!

No grupo da frente, à procura de um melhor percurso para todos, não vi uma pedra lascada, sentindo-a a raspar na cabeça. Previ o pior… a mão húmida acabou por confirmar… não era suor. O grupo contava com 2 enfermeiros e 1 estudante de enfermagem e por isso relaxei… mas o “isso leva dois pontos” fez-me as pernas tremer. (risos) O grupo conseguiu, graças ao kit de primeiros socorros fechar a ferida, afim de continuarmos a caminhada, mas por precaução aguardei a uns bons metros da cache… já que me esperava todo o caminho de volta para o carro.Grupo IMG 1760

Do local onde estávamos foi possível ver o grupo a procurar a cache tanto de um lado como do outro, num sobe e desce de pedras… Ela apareceu por fim.
Há que voltar para trás… e a subida não foi nada fácil: parecia nunca mais ter fim! Enfrentar estes desafios faz-nos sentir mais vivos.
Já passaram dois dias… e ainda me doem as pernas, subir escadas é uma tarefa quase impossível… mas estas horas foram bastante agradáveis!
Sentar-me no carro foi um grande alívio… em Vila Real, depois de um rápido curativo à medalha alcançada neste dia, finalizámos este dia com um jantar em grupo com muita conversa e boa comida!

Agradeço ao owner por nos levar a estes locais, aos OverdoseNesquik pelo desafio, à equipa de enfermeiros que me fizeram sentir mais seguro nas alturas de aperto e a toda a energia do grupo que fez com que a beleza do espaço natural fosse ainda mais especial e as caches encontradas!

Quando encontrei a minha primeira cache nunca pensei que um pequeno aparelho me levasse a percorrer este caminho… Espero continuar a conhecer mais locais, partilhar mais experiências e conhecer mais malta de GPS ao pescoço.

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3 responses so far ↓

  • 1 Silvana // May 21, 2010 at 11:46

    Este Powertrail é simplesmente fantástico e repleto de adrenalina! Recomenda-se!
    Foi um dia excelente de convívio passado na companhia de pessoal porreiro do norte e sul. 🙂
    Este Ataque ao Rio Poio tinha ficado agendado já no dia da Geobifanada e, parece que tivemos sorte, pois o sol esteve sempre presente ao longo do dia.
    Tenham cuidado com as botas e sapatilhas que usam!
    Pois antes de chegar á primeira cache, já tinha escorregado 2 vezes.
    Também não é recomendável abordá-lo sozinho.

    Divirtam-se!

  • 2 OverdoseNesquik // May 21, 2010 at 11:59

    Foi muito “fixe”. E estes guerreiros GeoCachianos portaram-se todos à altura. Eu ainda os queria levar a fazer as outras 2 caches que faltavam, mas já estava a faltar a luz do dia e ainda tínhamos uma subida (quase escalada) mesmo a pique, que demorou mais de meia hora. Mas fica prometida uma próxima investida, pois estes locais magníficos deixam-me com um “nervoso miudinho” na sola dos pés. No dia a seguir a esta progressão difícil já estava eu com vontade de atacar novamente, pois estou num momento de boa forma e não me ficou a doer nada, ehhehe… Só me apetece “galgar” montanhas e vales… Que bem que a malta se sente naqueles ambientes…

  • 3 OverdoseNesquik // May 21, 2010 at 20:58

    Algumas fotos:

    [url]http://picasaweb.google.pt/carlosbeleza56/RioPoio_15_Maio_2010#[/url]

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