Desde há uns tempos que a família se junta para atacar trilhos conhecidos, família: esse conceito grande ou pequeno que pode dar uma amplitude de idades tão variada dependendo das gerações que falamos.
No nosso caso juntamos 3 gerações, temos uma amplitude de idades de 52 anos, e todos partilham a natureza, e todos gostam de encontrar sempre mais um caixote neste jogo. Os meus pais, que depois de uma vida algo sedentária até aos 50 anos resolveram atacar os trilhos das serras deste país com unhas e dentes e agora ninguém os segura, sempre que têm um tempo livre lá vão eles descobrir novos caminhos deste Portugal. Nós, que sempre tivemos este gosto pela natureza e onde o geocaching desempenha um grande papel pelo prazer de descobrir sempre novos locais. E o pequenino Rafael de 4 anos que na sua cadeira fez por esses trilhos nacionais e internacionais, tantos quilómetros como nós. Nunca ficou em casa, nem nunca considerámos a hipótese de qualquer caminhada não ser realizada porque era pequeno, ou porque não aguentaria. A juntar à equipa há a prima que começou nisto pela preparação física e agora não abdica de uns bons quilómetros a pé.
E mais um domingo e mais uma caminhada programada, aquela que já tinha sido marcada e desmarcada algumas vezes por causa do mau tempo, Serra do Risco – Subida ao Pincaro e cache Marmitas de Gigante. Um caminho com cerca de 10km com acentuada inclinação no acesso à cache Half a Mountain. Normalmente sou eu o navegador e por consequente o preparador do percurso, e a intenção era subir por um lado da montanha e descer pelo outro. Durante a semana andei a preparar o percurso, porque apesar de ser tudo malta com muita vontade não me posso sujeitar a alguém quebrar a meio do caminho. E assim fomos, carros estacionados na estrada da Serra da Árrabida, e o ínicio do percurso em direcção à montanha (que por acaso é só meia). Pelos estradões bem delineados lá fizemos cerca de 2km até iniciar o percurso de subida, por entre carrascos e vegetação fechada, mas ninguém quebrou, e não houve atenções especiais a não ser com o Rafael que na cadeira temos de ter cuidado para não bater com a cabeça em algum ramo mais forte. Em relação aos outros, apenas a preocupação de ninguém quebrar e o percurso ter de ficar a meio, as atenções são outras, mas o grupo de amigos afinal é literalmente familiar.
Entre outras, a Serra de S. Luiz com 14km de percurso foi uma das montanhas que nos deixou muitas recordações pela dificuldade que o percurso demonstrou nas subidas, especialmente porque antes ainda fomos à cache Fontes da Arrábida e subimos em direcção a norte, com uma inclinação na ordem dos 11%. Mas sempre como se de um grupo de montanhismo se tratasse, a cumplicidade e entreajuda entre todos faz com que o objectivo de chegar a um local mais espectacular nos faça continuar até ao fim.
O percurso é feito mais devagar, com uma média de 2,5km por hora, mas o importante não é o tempo despendido, o mais importante são as vistas, os locais, o percurso e a sensação de liberdade e felicidade quando chegamos novamente ao carro e olhamos para o dia passado em família.
Os comes e bebes são sempre arranjados em piquenique partilhado. Cada um leva umas coisinhas que juntamos aquando da necessidade de repasto e assim dividido por todos pesa menos a cada um.
Daqui a umas semanas vamos tentar um recorde, vamos fazer o caminho de Fátima, mas ampliaremos a diferença de idades que transformaremos em 93 anos. Levaremos a minha avó que com 97 anos não quis ficar fora desta caminhada. Infelizmente as suas pernas não lhe permitem fazer o percurso e assim ajudar-nos-á na equipa de terra e carro de apoio, mas é o suficiente para ser peregrina também e aparecer nas fotografias da caminhada.
O geocaching permite tudo, até um grande dia em família com grande alegria e caches á mistura!
0 responses so far ↓
There are no comments yet...
Leave a Comment