Este log ganhou o concurso de melhores logs de Agosto de 2012.
Numa passagem anterior pela cidade, esta cache-experiência acabou por nos fugir por entre os dedos, como uma fada assustada, levada pelo tempo ou, no caso, pela sua falta. Desta vez, com tempo e muita vontade, fomos finalmente à sua descoberta.
Estacionámos no local referenciado e seguimos em direção ao rio. Nas suas margens estava uma senhora a lavar roupa; mãos ásperas, de outros tempos, suavizadas pela passagem das águas.
Não nos dedicou qualquer olhar, como se não nos visse ou não se importasse com a nossa presença. Talvez fosse isso, ou talvez fosse a guardiã da passagem para o outro lado do rio, para o outro lado de nós; para um mundo encantado onde tudo está na medida da nossa imaginação. Já sabemos que a magia também está nos olhos de quem olha e aqui fica o nosso bem-haja às pessoas – neste caso particular ao Gato Maltês – que vão espalhando por aí “óculos” com umas lentes duplamente especiais que nos levam a olhar para lá de ver.
Distraídos, acabámos por passar para o outro lado e, ao relermos a listagem e ao olharmos para o possível local, acabámos por perceber para onde teríamos que ir. Voltámos ao mundo visível e acedemos ao local para recolhermos as pistas que nos conduziriam pela descoberta. Ficámos de imediato com um sorriso rasgado. Rapidamente assimilámos as imagens distorcidas com que se enganam os incautos e voltámos a passar para o outro mundo, seguindo posteriormente o curso do tempo, acompanhando o seu rio. As vistas abriam-se então em mil encantos e expectativas.
Rapidamente chegámos à clareira e encontrámos a pista seguinte. Após alguns instantes e outras tantas dúvidas, talvez suspiradas por outros seres mais maquiavélicos, percebemos então os meandros desta cache e seguimos em busca do seu final. Os dados iam encaixando como se fosse a narração de uma história mágica.
Ao chegarmos ao contentor aconteceu algo de maravilhoso. Por vezes, pode tornar-se complicado explicar a uma pessoa o que é o geocaching, na medida em que pode parecer muito estranho e inusitado como é que alguém maior, vacinado e ajuizado, se dedica à procura de plásticos no meio de nenhures apenas para lá escrever o seu nome. É possível que nos olhem de lado e pensem: “Há cada um, bastava ir à cozinha!”. Pois bem, essas pessoas desconhecem a delícia, o fascínio e o contentamento que é ver, tocar e poder sentir a dedicação e o esforço que se escondem pelos inúmeros recantos e experiências que visitamos e/ou vivenciamos. Esta é sem dúvida uma deles!
A cache tem provavelmente o contentor mais extraordinário que já tivemos o prazer de encontrar; uma palavra ainda para o passeio proporcionado num local muito agradável, para a forma como a descoberta está estruturada, incluindo os restantes contentores, para a listagem e para as imagens encantadas que ela cria na nossa imaginação.
Muitos parabéns pela cache fabulosa e muito obrigado pela experiência!
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